Resumo

O processo de envelhecimento, independente do surgimento de qualquer patologia, acarreta alterações nos componentes físicos da capacidade funcional (força, flexibilidade, capacidade aeróbia e equilíbrio), assim como nas funções cognitivas (função executiva, atenção e memória) e podem influenciar na autonomia para desempenhar as atividades de vida diária. O objetivo deste trabalho foi verificar possíveis relações entre capacidade funcional e cognição de idosos. Para isto, participaram do estudo 30 idosos (média de idade: 74,1 ± 5,6 anos; escolaridade: 4,5 ± 3,7 anos; escore médio no Mini Exame do Estado Mental (MEEM): 24,6 ± 4,0 pontos, média de passos ao dia: 7.266,1 ± 3.634,7). Para a avaliação da capacidade funcional foram utilizados os seguintes testes: "Resistência de força membros superiores (AAHPERD)" e o teste "Sentar-se e levantar da cadeira em 30 segundos" para resistência de força de membros superiores e inferiores; "Banco de Wells" para flexibilidade, "Escala de Equilíbrio Funcional de Berg" (EEFB) e "Timed Up and Go" (TUG) para equilíbrio e agilidade, "Teste de caminhada de 6 minutos" para resistência aeróbia. Para avaliação das funções cognitivas foi utilizado o MEEM. Após o teste de normalidade de Shapiro Wilk, foi utilizado o teste de correlação de Spearman, admitindo nível de significância de 5%. As médias e desvio-padrão do desempenho dos idosos foram: 23,7 repetições (±8,3) no teste de "Resistência de força membros superiores" (AAHPERD), 15,3 repetições (± 4,4) no teste "Sentar-se e levantar da cadeira 30 segundos"; 22,1centímetros (±9,7) "Banco de Wells"; 447,3 metros (± 72,3) no "Teste de caminhada 6 minutos"; 53,1 pontos (± 3,2 pontos) na "Escala de equilíbrio funcional de Berg" (EEFB) e 7,3 segundos (±1,8) no teste "Timed Up and Go". O teste de correlação de Spearman apontou uma relação significativa e positiva entre MEEM e "Resistência de força membros superiores (AAHPERD)" (p<0,05, r=0,55),entre MEEM e TUG (p<0,05, r=-0,55) e entre MEEM e EEFB (p<0,05, r=0,51). Pode-se concluir que as funções cognitivas globais relacionam-se com a capacidade funcional de idosos, especificamente com a resistência de força de membros inferiores, agilidade e equilíbrio, às quais consistem em tarefas que exigem rapidez, concentração e raciocínio, ou seja, qualquer prejuízo na cognição pode resultar em prejuízos na capacidade funcional e todas estas alterações comprometem a qualidade de vida de idosos.

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