Relação entre eficiência ventilatória e respostas cardiometabólicas do exercício em indivíduos saudáveis fisicamente ativos
Por Juliana Peroni Abrahão Barbosa (Autor), Wandriane de Vargas (Autor), Daniel Alexandre Boullosa Alvarez (Autor), Christianne de Faria Coelho (Autor), Paulo de Tarso Guerrero Müller (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A eficiência ventilatória (EV) é determinada pelo nível de ventilação-minuto relacionado a eliminação pulmonar de dióxido de carbono (V'E/V'CO2) durante um teste de exercício cardiopulmonar (TECP) e sua importância no desempenho esportivo não está bem elucidada, pois supõe-se que a maior eficiência de eliminação de dióxido de carbono (CO2) durante o esforço permita uma melhor performance e esteja relacionada ao consumo máximo de oxigênio (V'O2 max), no entanto, não há evidência na literatura da relação entre o V'O2 e V'E/V'CO2. Foi descrito um novo método de EV (CO2-ACR e ηV´E), que leva em consideração a taxa de remoção de CO2 para cada aumento de 10 vezes na ventilação-minuto, corrigida para a máxima taxa teórica de remoção do CO2 ao nível da ventilação voluntária máxima predita. Supomos que esse método revelaria associação entre EV e parâmetros cardiometabólicos do TECP, em correspondência com a aptidão aeróbica em atletas. OBJETIVO: analisar a relação entre EV e respostas cardiometabólicas do exercício, como V'O2 e Pulso de Oxigênio (PuO2), em atletas, através dos novos métodos de EV e dos convencionais, V'E/V'CO2 slope e nadir, além de explorar a relação entre os índices de EV e o desempenho dos atletas. MÉTODOS: estudo observacional, transversal e retrospectivo, sobre bases de dados, secundários de dois estudos, MEDALHA e BRASÍLIA, em que seus participantes (61) foram submetidos a TECP e divididos em estratos de acordo com valores de V'O2 e PuO2, sendo o ponto de corte em 57.8 ml/Kg/min e 11.5 ml/bpm/m2 respectivamente, para posterior comparação dos dados de eficiência ventilatória (Teste t Student). Para estender o conhecimento da associação de EV e desempenho, analisamos o tempo de corrida de 10Km em 25 corredores. RESULTADOS: o índice CO2-ACR apresentou diferença significativa em seus valores de acordo com os grupos de V'O2 (6,7 ± 1,8; 7,9 ± 2,5, p = 0,024) e de PuO2 (6,8 ± 1,9; 8,0 ± 2,4, p = 0,004). O CO2-ACR foi maior em indivíduos mais jovens, com menor índice de massa corpórea, maior V'O2, como esperado, mas também maior EV. O CO2-ACR também apresentou correlação positiva (coeficiente de correlação de Pearson e Spearman) com V'O2 (r = 0,325; p=0,010) e PuO2 (rhô = 0,411, p = 0,001). O índice ηV´E apresentou correlação com PuO2 (rhô = 0,400, p = 0.001) CONCLUSÃO: as novas métricas de EV mostraram, no geral, maior associação com as variáveis cardiometabólicas do TECP em atletas.