Resumo

A eficiência ventilatória (EV) é determinada pelo nível de ventilação-minuto relacionado a eliminação pulmonar de dióxido de carbono (V'E/V'CO2) durante um teste de exercício cardiopulmonar (TECP) e sua importância no desempenho esportivo não está bem elucidada, pois supõe-se que a maior eficiência de eliminação de dióxido de carbono (CO2) durante o esforço permita uma melhor performance e esteja relacionada ao consumo máximo de oxigênio (V'O2 max), no entanto, não há evidência na literatura da relação entre o V'O2 e V'E/V'CO2. Foi descrito um novo método de EV (CO2-ACR e ηV´E), que leva em consideração a taxa de remoção de CO2 para cada aumento de 10 vezes na ventilação-minuto, corrigida para a máxima taxa teórica de remoção do CO2 ao nível da ventilação voluntária máxima predita. Supomos que esse método revelaria associação entre EV e parâmetros cardiometabólicos do TECP, em correspondência com a aptidão aeróbica em atletas. OBJETIVO: analisar a relação entre EV e respostas cardiometabólicas do exercício, como V'O2 e Pulso de Oxigênio (PuO2), em atletas, através dos novos métodos de EV e dos convencionais, V'E/V'CO2 slope e nadir, além de explorar a relação entre os índices de EV e o desempenho dos atletas. MÉTODOS: estudo observacional, transversal e retrospectivo, sobre bases de dados, secundários de dois estudos, MEDALHA e BRASÍLIA, em que seus participantes (61) foram submetidos a TECP e divididos em estratos de acordo com valores de V'O2 e PuO2, sendo o ponto de corte em 57.8 ml/Kg/min e 11.5 ml/bpm/m2 respectivamente, para posterior comparação dos dados de eficiência ventilatória (Teste t Student). Para estender o conhecimento da associação de EV e desempenho, analisamos o tempo de corrida de 10Km em 25 corredores. RESULTADOS: o índice CO2-ACR apresentou diferença significativa em seus valores de acordo com os grupos de V'O2 (6,7 ± 1,8; 7,9 ± 2,5, p = 0,024) e de PuO2 (6,8 ± 1,9; 8,0 ± 2,4, p = 0,004). O CO2-ACR foi maior em indivíduos mais jovens, com menor índice de massa corpórea, maior V'O2, como esperado, mas também maior EV. O CO2-ACR também apresentou correlação positiva (coeficiente de correlação de Pearson e Spearman) com V'O2 (r = 0,325; p=0,010) e PuO2 (rhô = 0,411, p = 0,001). O índice ηV´E apresentou correlação com PuO2 (rhô = 0,400, p = 0.001) CONCLUSÃO: as novas métricas de EV mostraram, no geral, maior associação com as variáveis cardiometabólicas do TECP em atletas.

Acessar