Relação Entre Exercício Físico, Dano Muscular e Dor Muscular de Início Tardio
Por Denis Foschini (Autor), Jonato Prestes (Autor), Mario Augusto Charro (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 9, n 1, 2007. Da página 101 a -
Resumo
O objetivo desse estudo foi investigar as relações do exercício físico com o dano muscular e dor muscular de início tardio (DMIT). Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura de periódicos nacionais e internacionais. O dano muscular pode ocorrer em estruturas musculares (membranas, linha Z, sarcolema, túbulos T e miofi brilas) em função da sobrecarga mecânica imposta, destacam-se os exercícios de força, principalmente com ação muscular excêntrica. Danos a musculatura esquelética podem ser analisados através de métodos diretos (amostras do músculo ou por ressonância magnética) ou por métodos indiretos (ação voluntária máxima, escalas subjetivas da percepção de dor, análise das concentrações de enzimas e proteínas no sangue). A creatina quinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), fragmentos da cadeia pesada de miosina, troponina-I e mioglobina podem ser utilizadas como marcadores indiretos de dano muscular. A DMIT e o dano muscular podem ser infl uenciados pelo tipo de ação, com ênfase nas ações musculares excêntricas, tipo de exercício, velocidade de movimento, tempo de intervalo entre as séries, nível de treinamento individual, acometendo principalmente iniciantes. Frente a uma microlesão, os leucócitos migram para o local iniciando a reparação do dano muscular, ao passo que, histaminas, prostaglandinas, cininas e K+ produzidos por neutrófilos e macrófagos estimulam as terminações nervosas livres do músculo, instalando a DMIT. Apesar da aparente relação entre dano muscular e DMIT, não é possível estabelecer uma relação linear entre essas duas variáveis, uma vez que, existe divergência entre os estudos publicados.