Relação Entre Força Máxima no Agachamento e Espessura Muscular de Membros Inferiores em Sujeitos Treinados
Por Raphael Machado da Conceição (Autor), Felipe Alves Brigatto (Autor), Felipe Ornelas (Autor), Júlio Benvenutti Bueno de Camargo (Autor), Rafael Sakai Zaroni (Autor), Paulo Henrique Marchetti (Autor), Tiago Volpi Braz (Autor), Charles Ricardo Lopes (Autor).
Em 40º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom
Resumo
Introdução: A área de secção transversa (AST) muscular anatômica e o volume muscular (VM) são importantes preditores da força e potência muscular. A mensuração da espessura muscular (EM) através de ultrassonografia está estreitamente associada com a AST anatômica e VM em músculos dos membros inferiores. A literatura científica apresenta estudos que reportam correlações moderadas a fortes (r= 0,41 – 0,70) entre a EM dos músculos que compõem o quadríceps femoral e o torque isométrico máximo da extensão de joelhos em adultos jovens e idosos. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar se sujeitos que apresentam níveis de força máxima superiores no exercício meio-agachamento também apresentam valores superiores na EM dos músculos vasto lateral (EMvasto) e quadríceps anterior (EMquad = reto femoral + vasto intermédio). Metodologia: Participaram do estudo 24 sujeitos do gênero masculino (27,1 ± 5,5 anos; 174,3 ± 5cm; 81,9 ± 9,4kg; com 4,3 ± 2,5 anos de experiência em treinamento de força [ExpTF]). Um teste de uma repetição máxima no exercício meio agachamento (1RMaga) foi realizado conforme procedimentos descritos por Baechle e Earle (2008). A barra foi posicionada por trás e sobre os ombros, sendo a distância entre membros inferiores proporcional a largura do quadril. Mensurações da EM via ultrassom A-mode (Bodymetrix pro System®, Intelametrix Inc., Livermore, Calif., USA) foram realizadas conforme procedimentos descritos por Abe et al. (2000). As medidas foram coletadas antes do 1RMaga, no membro inferior direito, a 50% da distância entre o côndilo lateral do fêmur e o trocânter maior. O transdutor do tipo linear (2,5-MHz) foi posicionado perpendicularmente ao sentido das fibras musculares, sem que ocorresse depressão da pele. Foram coletadas 3 imagens de cada músculo sempre pelo mesmo avaliador. Os valores reportados para cada sujeito correspondem ao cálculo da média dessas 3 imagens. Os 24 sujeitos foram divididos em dois grupos a partir da mediana dos valores de 1RMaga. O valor da mediana foi de 133kg, portanto, os sujeitos foram divididos em: G1 = 1RMaga < 133kg (n=12; 25,7 ± 5,4 anos; 172 ± 4,1cm; 77,6 ± 7,7kg; 3,2 ± 1,1 anos ExpTF) e G2 = 1RMaga > 133kg (n=12; 28,3 ± 4,8 anos; 176 ± 5,4cm; 86,3 ± 9,2kg; 5,4 ± 2,9 anos ExpTF). Empregou-se o teste t pareado e cálculo do tamanho do efeito (d) para a comparação entre grupos das variáveis dependentes: 1RMaga; EMvasto e EMquad. Significância de 5%. Resultados: Os resultados mostraram diferenças significantes para os valores de 1RMaga = G1: 112,2 ± 9,9kg e G2: 146,2 ± 10,5kg (p= 0,0001; d= 3,33 [muito grande]); EMvasto: G1: 44,8 ± 3,8mm e G2: 51,2 ± 2,4mm (p= 0,0001; d= 2,02 [muito grande]); EMquad = G1: 40,7 ± 2,2mm e G2: 46,6 ± 2,7mm (p= 0,0001; d= 2,43 [muito grande]). Conclusão: Conclui-se que, para sujeitos treinados em força, maiores níveis de força máxima no exercício meio-agachamento são relacionados à maior EM dos músculos anteriores da coxa.