Resumo

Atletas de futebol são submetidos a um processo constante de aplicação de cargas de treinamento (CT) durante sua temporada, em busca de adaptações fisiológicas para atender as exigências metabólicas das partidas. Porém, a falta de um controle adequado dessas CT pode gerar uma resposta interna indesejável ao organismo em momentos inoportunos da temporada. Os técnicos ou preparadores físicos devem utilizar de métodos e instrumentos que quantifiquem adequadamente e de forma prática as CT aplicadas aos atletas, durante seu período de preparação ou competição. Assim, os objetivos do estudo foram avaliar a relação entre índices de carga externa e carga interna de treinamento com marcadores psicofisiológicos de estresse e adaptações no sistema nervoso autonômico em resposta às CT em atletas de futebol da categoria sub-17. Métodos: A amostra foi composta por 18 atletas de futebol da categoria sub-17 (16,4 ± 0,5 anos; 62,6 ± 7,8 kg; 1,71 ± 0,3 m). Os atletas foram submetidos a um programa de treinamento com duração de 3 (três) semanas, com monitoramento da carga externa (CET) utilizando GPS e carga interna de treinamento (CIT) por meio do método PSE da sessão. Durante o estudo foram monitorados marcadores de estresse através da aplicação de questionário (DALDA), bem como registro da VFC de repouso, antes do primeiro e último dia de cada semana de treinamento. Resultados: A CIT foi significativamente superior (p < 0,01) durante a semana 1 em comparação com as semanas 2 e 3 do estudo. Os índices de CET distância total percorrida (Dist T), Body Load, número de sprints e acelerações também se mostraram significativamente (p < 0,01) superiores durante a semana 1 do estudo. Correlações individuais significativas foram observadas entre a CIT e os índices Dist T (média r = 0,68; P < 0,05) e Body Load/min (média r = 0,85; P < 0,01). O nível de estresse quantificado através do DALDA não se alterou significativamente, por outro lado, alguns índices da VFC de repouso melhoraram significativamente (P < 0,01) após as 3 semanas do programa de treinamento. Conclusões: As cargas de treinamento aplicadas aos atletas durante o estudo foram capazes de melhorar o sistema nervoso autonômico sem aumentar significativamente os marcadores de estresse monitorados. Além disso, o método PSE correlacionou-se com alguns índices de CET, demonstrando sua sensibilidade em monitorar as CT de jovens atletas de futebol.

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