Resumo

O objetivo do estudo foi analisar a relação entre maturação sexual e variáveis da aptidão física em escolares da rede pública dos anos finais do ensino fundamental I da cidade de Araguaína – To. Estudo transversal de abordagem quantitativa, do qual participaram 831 escolares entre 9 e 11 anos, sendo 414 meninas e 417 meninos. Os escolares foram submetidos aos testes do PROESP-BR (2016) para avaliação das medidas de dimensão corporal e de aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho esportivo. As variáveis de medidas de dimensão corporal avaliadas foram massa corporal, envergadura e estatura. As variáveis da aptidão física relacionada à saúde avaliadas foram o IMC, força/resistência abdominal e flexibilidade, e as variáveis da aptidão física relacionada ao desempenho esportivo, força explosiva de membros inferiores, força explosiva de membros superiores, velocidade, agilidade e aptidão cardiorrespiratória. A avaliação da maturação sexual foi realizada por meio do método da auto avaliação das pranchas de TANNER. Observou-se correlação significativa entre a maturação sexual e idade cronológica nos escolares de ambos os sexos, no sexo feminino a correlação foi positiva e fraca e no sexo masculino positiva e moderada. Constatou-se diferença significativa para massa corporal, envergadura, estatura, IMC e força explosiva de membros superiores em favor dos escolares púberes, em ambos os sexos, e para flexibilidade em favor dos escolares pré-púberes no sexo masculino. Entre escolares púberes e pré-púberes observou-se diferença significativa para massa corporal, envergadura e estatura em favor do sexo feminino (púbere), e força/resistência abdominal, força explosiva de membros superiores e inferiores, agilidade, velocidade e aptidão cardiorrespiratória em prol do sexo masculino (púbere e pré-púbere). Os resultados do IMC apontaram que os escolares atenderam os critérios de saúde, com maiores percentuais para pré-púberes e do sexo masculino (pré-púberes: 88,6% - 91,1%; púberes: 78,1% - 83,5 %). Verificou-se baixa aptidão física para flexibilidade, em escolares púberes (sexo feminino: 55,62 %; sexo masculino: 86,75%) e escolares pré-púberes (sexo masculino: 79,17 %), e em força resistência abdominal, em escolares púberes (sexo feminino: 50,30 %;). Na força explosiva de membros inferiores os escolares pré-púberes obtiveram para “normal, bom” (sexo masculino: 58,4% pré-puberes vs 56,2% púberes; sexo feminino: 64,5% pré-púberes vs 62,1% vs púberes), força explosiva de membros superiores observou-se para “ruim” em ambos os níveis de maturação e em ambos os sexos (> 60% para púberes; > 70% para pré-púberes), similarmente em agilidade e velocidade (> 60 %). Na aptidão cardiorrespiratória os escolares avaliados, 75,1% do sexo feminino (púberes) e 80,8% pré-púberes e 58,9% do sexo masculino (púberes) e 67,9% pré-púberes estão classificados como “normal/bom”. A maturação sexual apresentou uma correlação positiva (p<0,05), em ambos os sexos, com as varáveis de massa corporal, envergadura, estatura, IMC e força explosiva de membros superiores e negativa (p<0,05) com a variável flexibilidade, no sexo masculino. Estas descobertas servem de incentivos para que ações voltadas a atividade física sejam promovidas no ambiente escolar, ao mesmo tempo valorizando as atividades previstas nos documentos oficiais que contemplam as habilidades e competências para faixa etária, reorganizando a frequência das aulas de educação física na rede pública municipal, estabelecendo ações interdisciplinares, e permitindo aos escolares abertura para experiências e atividades com características culturais locais.


 

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