Resumo

Objetivos: detectar os indicadores antropométricos, fisiológicos e técnicos (habilidades motoras específicas) capazes de determinar o desempenho dos futebolistas jovens, relacionados às diferenças entre idade cronológica e maturação biológica, e verificar a influência da maturação biológica nestes indicadores. Métodos: a amostra foi constituída de 48 atletas entre 12 e 15 anos, integrantes das equipes pré-infantil e infantil de um clube de futebol profissional. Foram coletados dados referentes às variáveis antropométricas, fisiológicas e técnicas (habilidades específicas), além de exame radiológico para detectar a idade esquelética, referente ao estágio maturacional dos atletas. A amostra foi dividida por grupo etário (pré- infantil, n=32; infantil, n=16), e então subdividida em grupos maturacionais dentro de cada grupo etário, sendo tardio (n=03; n=01), normal (n=18; n=06) e precoce (n=11; n=09). Estatística foi aplicada de modo a detectar diferenças estatisticamente significativas entre idade cronológica (IC) e idade esquelética (IE), entre os grupos etários e entre os grupos maturacionais. Correlações entre as variáveis IC e IE e as demais variáveis analisadas também foram verificadas. Resultados: os resultados apontaram que as idades cronológica e esquelética estão associadas a diferenças no tamanho corporal entre os atletas (IC x massa corporal (MC) r=0,574; IE x.MC r=0,789; IC x estatura (ES) r=0,582; IE x ES r=0,770). Quanto ao estágio maturacional, foi detectada uma predominância de atletas com desenvolvimento normal e precoce entre os grupos etários. A maturação biológica mostrou ser benéfica em relação às variáveis técnicas para os atletas em estágio maturacional tardio, mas traz desvantagens em relação às variáveis antropométricas. Conclusão: conclui-se que tais diferenças provocam a exclusão precoce de atletas em estágios maturacionais tardios, visto que o aspecto físico exerce influência nos critérios de seleção. Por outro lado, sugere-se que a maturação biológica seja considerada, visto que resultados de testes de habilidades específicas apontam melhores resultados para atletas em estágio maturacional tardio, principalmente em categorias mais jovens.  

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