Relação entre níveis de atividade física e modulação autonômica cardíaca em idosos integrantes de um programa de reabilitação cardíaca
Por Ana Vitória Belardinucci da Silva (Autor), André Sakugawa Ramos Cruz Gouveia (Autor), Eduarda Carvalho Novaes Moreira (Autor), Elvis Colombo (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O processo de envelhecimento resulta em alterações biológicas que reduzem o nível de atividade física (AF), o que pode alterar a modulação autonômica cardíaca (MAC). A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) pode ser utilizada para avaliar a MAC e a análise simbólica é um método não linear que pode ser utilizado para essa finalidade. Estudos que correlacionam índices de VFC obtidos pela análise simbólica e diferentes níveis de AF em idosos participantes de um programa de reabilitação cardíaca (PRC) são incipientes na literatura. Informações dessa natureza são importantes, não só para a continuidade da promoção de exercícios físicos, mas também para incentivar maiores hábitos de AF durante todo o cotidiano. OBJETIVO: Avaliar a relação entre o nível de AF e a MAC obtida pela análise simbólica em idosos inseridos em um PRC. MÉTODOS: Estudo transversal que avaliou 25 idosos (> 60 anos) participantes de um PRC. O nível de AF foi obtido por um acelerômetro utilizado pelo participante por sete dias e o tempo gasto em AF de intensidade leve e moderada a vigorosa foram obtidos. Para análise da MAC a frequência cardíaca batimento a batimento foi obtida por um cardiofrequencímetro Polar V800 por 30 minutos com o participante em decúbito dorsal. A série de intervalos RR obtida foi utilizada para obtenção dos índices: 0V% (modulação simpática), 1V% (modulação global), 2LV% e 2ULV% (modulação parassimpática) por meio da análise simbólica. A relação entre o nível de AF e os índices foi realizada por meio da correlação de Pearson ou Spearman de acordo com a normalidade (teste de Shapiro-Wilk). A significância adotada foi de 5%. RESULTADOS: Os participantes permaneceram 306,30±94,90 minutos/dia em atividade leve, e 25,80±23,80 em atividade moderada a vigorosa. Para os índices de VFC foi observado 0V% de 35,40±9,90; 1V% de 45,38±5,42; 2LV% de 4,43±3,19 e 2ULV% de 14,78±5,75. Quanto as relações foram verificadas relações inversa e significativa do nível de AF leve e o índice 0V% (r = -0,446; p = 0,026), e relações diretas e significativas do nível de AF leve e os índices 2LV% (r = 0,435; p= 0,030) e 2ULV% (r = 0,496; p = 0,012). Para as outras análises não houve relações significantes (p>0,05). CONCLUSÃO: Em idosos participantes de um PRC, níveis de AF de intensidade leve apresentaram relação inversa com o índice que representa a modulação simpática, e relação direta com os índices representam a modulação parassimpática.