Resumo

O processo de envelhecimento resulta em alterações biológicas que reduzem o nível de atividade física (AF), o que pode alterar a modulação autonômica cardíaca (MAC). A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) pode ser utilizada para avaliar a MAC e a análise simbólica é um método não linear que pode ser utilizado para essa finalidade. Estudos que correlacionam índices de VFC obtidos pela análise simbólica e diferentes níveis de AF em idosos participantes de um programa de reabilitação cardíaca (PRC) são incipientes na literatura. Informações dessa natureza são importantes, não só para a continuidade da promoção de exercícios físicos, mas também para incentivar maiores hábitos de AF durante todo o cotidiano. OBJETIVO: Avaliar a relação entre o nível de AF e a MAC obtida pela análise simbólica em idosos inseridos em um PRC. MÉTODOS: Estudo transversal que avaliou 25 idosos (> 60 anos) participantes de um PRC. O nível de AF foi obtido por um acelerômetro utilizado pelo participante por sete dias e o tempo gasto em AF de intensidade leve e moderada a vigorosa foram obtidos. Para análise da MAC a frequência cardíaca batimento a batimento foi obtida por um cardiofrequencímetro Polar V800 por 30 minutos com o participante em decúbito dorsal. A série de intervalos RR obtida foi utilizada para obtenção dos índices: 0V% (modulação simpática), 1V% (modulação global), 2LV% e 2ULV% (modulação parassimpática) por meio da análise simbólica. A relação entre o nível de AF e os índices foi realizada por meio da correlação de Pearson ou Spearman de acordo com a normalidade (teste de Shapiro-Wilk). A significância adotada foi de 5%. RESULTADOS: Os participantes permaneceram 306,30±94,90 minutos/dia em atividade leve, e 25,80±23,80 em atividade moderada a vigorosa. Para os índices de VFC foi observado 0V% de 35,40±9,90; 1V% de 45,38±5,42; 2LV% de 4,43±3,19 e 2ULV% de 14,78±5,75. Quanto as relações foram verificadas relações inversa e significativa do nível de AF leve e o índice 0V% (r = -0,446; p = 0,026), e relações diretas e significativas do nível de AF leve e os índices 2LV% (r = 0,435; p= 0,030) e 2ULV% (r = 0,496; p = 0,012). Para as outras análises não houve relações significantes (p>0,05). CONCLUSÃO: Em idosos participantes de um PRC, níveis de AF de intensidade leve apresentaram relação inversa com o índice que representa a modulação simpática, e relação direta com os índices representam a modulação parassimpática.

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