Resumo

Introdução: A osteoartrite afeta mais de 50% dos idosos, tendo forte associação com a inibição muscular. Esta gera redução da força afetando as propriedades mecânicas musculares. Métodos que minimizem os efeitos relacionados à inibição muscular são de extrema importância.

Objetivos: Avaliar a relação força-velocidade (F-V) dos extensores de joelho e o comprimento de fascículo (CF) do músculo vasto lateral (VL), em idosas submetidas a oito semanas de estimulação elétrica artificial.

Materiais e métodos: Onze idosas (59,27 ± 8,32 anos) com diagnóstico de osteoartrite participaram de um treinamento (consistindo de oito semanas de estimulação elétrica artificial em 90° de flexão do joelho) dos extensores do joelho. O torque isocinético concêntrico máximo de extensão do joelho foi obtido antes e após a intervenção nas velocidades de 60°/s, 120°/s e 240°/s e normalizado pelo torque máximo do grupo na velocidade de 60°/s. O CF do VL foi obtido utilizando um sistema de ultra-sonografia e normalizado pelo comprimento do fêmur. A normalidade dos dados foi avaliada por meio do teste de Shapiro-Wilk. A comparação pré e pós-intervenção foi realizada com o teste t de Student para amostras dependentes (a=0,05).

Resultados: Após a intervenção não houve alteração do torque nas velocidades de 60°/s (p=0,499) e 120°/s (p=0,157). Houve aumento do torque na velocidade de 240°/s (pré- 0,50 ± 0,15; pós- 0,58± 0,09; p=0,034). O CF aumentou após a intervenção (pré- 19,27 ± 4,98%; pós- 23,75 ± 3,60%; p=0,028).

Discussão: Músculos com maiores CF produzem mais força a maiores velocidades de contração. O aumento do CF observado após a intervenção parece estar relacionado com a posição articular, e parece ter sido responsável pela maior capacidade de produção de torque na velocidade angular de 240°/s.

Conclusão: Oito semanas de estimulação elétrica aumentam o CF tornando o músculo mais forte a maiores velocidades de contração.