Relação Tempo de Tela e Aptidão Cardiorrespiratória: Associação com Pressão Arterial Alterada em Escolares
Por Ana Paula Sehn (Autor), Leandro Tibiriça Burgos (Autor), Letícia Borfe (Autor), Letícia de Borba Schneiders (Autor), Dulciane Nunes Paiva (Autor), Cézane Priscila Reuter (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 27, n 3, 2019.
Resumo
Objetiva-se verificar se a relação tempo de tela (TT) e aptidão cardiorrespiratória (APCR) está associada com a alterações na pressão arterial (PA) em crianças e adolescentes. Trata-se de um estudo transversal com 2166 escolares, de ambos os sexos, com idades entre 6 e 17 anos. Foi aplicado um questionário com questões referentes ao estilo de vida, para verificação do TT (computador, vídeo game e TV), que foi computado em horas e classificado como elevado TT (? 2 horas diárias) e baixo TT (< 2 horas diárias). Para avaliação da PA, foi considerada alterada nos casos limítrofes e hipertensão, para pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD). A APCR foi avaliada por meio do teste de corrida/caminhada de 6 minutos. Para a análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva, por meio da frequência e percentual, para caracterizar os sujeitos, sendo aplicada a regressão de Poisson para obtenção dos valores de razão de prevalência (RP) e intervalos de confiança (IC), na relação da variável preditora (relação TT/APCR) com o desfecho (PA alterada). Como resultados encontrados, observou-se que 24,8% dos escolares apresentam elevado TT e baixos níveis de APCR. Em relação à PA, 18,7% dos indivíduos estiveram com a PAS alterada e 15,4% com PAD alterada. A associação entre PA alterada e a relação TT/APCR somente foi evidenciada para PAS entre as meninas. Nesse sentido, observou-se que a alteração na PAS é mais prevalente entre os escolares com baixo TT/inapto (RP: 1,07; p=0,008) e com elevado TT/inapto (RP: 1,06; p=0,029). Conclui-se que as meninas com baixos níveis de APCR, independente do TT, apresentam maior prevalência de PAS alterada.