Relação Treinador Atleta no Futebol Infanto-juvenil
Por João Serrano (Autor), João Petrica (Autor), André Matias (Autor), Rui Paulo (Autor), Pedro Mendes (Autor), Samuel Honório (Autor), Marco Batista (Autor), António Faustino (Autor).
Em XVI Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Foi objetivo do estudo conhecer a instrução do treinador de futebol infanto-juvenil em situação de jogo, e saber se a formação académica influencia nas suas intervenções. Foram filmados 12 jogos de equipas pertenciam a clubes do futebol infanto-juvenil do campeonato distrital Futebol de Castelo Branco, envolvendo 6 treinadores. O sistema de observação adotado foi o SAIC (Santos, 2003). Observamos as dimensões Objetivo, Forma e Conteúdo. Foi usado o método de registo de ocorrências (event recording), sendo o instrumento de registo o Match Vision Studio. A nível estatístico foi usado o teste de Shapiro – Wilk (ver normalidade da amostra) e o “T Teste” e de Mann – Whitney para verificar as diferenças entre grupos. Os treinadores não licenciados emitiram mais instrução que os treinadores licenciados, em todas as categorias à exceção da instrução do tipo interrogativo, mais instrução auditiva e auditiva-visual, interagiram mais com os médios e os avançados, mais instruções dirigidas à confiança, atenção e ritmo de jogo. Os treinadores licenciados interagiram mais com os defesas e obtiveram valores superiores na intervenção sobre as técnicas ofensivas e defensivas e nas intervenções relativas aos sistemas de jogo e métodos de jogo. Os treinadores transmitiram muita instrução do tipo afetiva positiva, prescritiva e descritiva negativa, sob a forma auditiva e auditiva-visual, dirigida principalmente ao atleta ou à equipa e incidindo especialmente sobre a tática e os aspetos psicológicos. A formação académica dos treinadores não foi um fator diferenciador, uma vez que não foram encontradas diferenças significativas em nenhuma das dimensões estudadas.