Relacionamento Entre a Percepção Subjetiva do Esforço e a Modulação Autonômica Durante Teste Progressivo

A determinação de índices matemáticos da resposta temporal da variabilidade da
freqüência cardíaca (VFC) tem sido apontada como método alternativo para se
calcular a resposta regulatória autonômica durante o exercício físico. Sugere-se que
a percepção subjetiva do esforço (PSE) possa ser influenciada pelo estresse que o
exercício promove no sistema cardiovascular. Assim, o objetivo do presente estudo
foi verificar o nível de associação entre os índices matemáticos indicativos da regulação
autonômica da FC (intervalos R-R) e PSE durante um teste progressivo realizado
em cicloergômetro. A amostra foi composta por seis voluntários (24 ± 3 anos;
175,4 ± 4,7 cm; 70 ± 6,4 kg) que mantinham a prática regular de atividade física. Os
testes progressivos foram conduzidos em um cicloergometro eletromagnético
(Godart NV-LANNOY), iniciando com 3 minutos de aquecimento com a resistência
inercial do equipamento, seguido de um aumento de 70 W e incremento de 30 W a
cada estágio de 3 minutos até a fadiga voluntária, caracterizada pela incapacidade de
manter o ritmo solicitado (60 rpm).A aquisição dos intervalos R-R foi realizada por
meio de um cardiofrequencímetro (Polar- S810) e posteriormente transmitidos a
um microcomputador. Os índices SD1 e SD1/SD2 foram calculados a partir dos
intervalos R-R mediante a plotagem de Poincaré, os quais representam o controle
autonômico parassimpático e simpático, respectivamente. Esses índices foram
determinados em períodos de 180 segundos mediante o software HRV Analysis. A
PSE foi mensurada por meio da escala apresentada por BORG (1982). Para análise
estatística foi utilizado o programa SPSS (versão 13.0). O coeficiente de correlação
de Pearson foi utilizado para verificar o nível de associação dos índices matemáticos
e a PSE. Para todos os procedimentos estatísticos foi adotado um nível de significância
de 5% (p < 0,05). Foi detectada correlação significativa entre a PSE e o SD1 (r = -
0,74; p < 0,05) diferentemente do observado entre a PSE e o SD1/SD2 (r = 0,66;
p < 0,1). Os resultados obtidos evidenciam que a relação causal previamente
estabelecida entre a FC e a PSE durante um exercício físico predominantemente
aeróbio é dada principalmente pela diminuição da atividade parassimpática. Isso
provavelmente se deve ao fato das alterações na homeostase serem sinalizadas ao
sistema nervoso central por meio de quimiorreceptores e mecanorreceptores
periféricos e centrais, diminuindo a atividade vagal e aumentando a PSE.

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