Resumo

As interferências provenientes de fatores externos no rendimento esportivo,
ainda são um dos grandes desafios no monitoramento dos estados
emocionais. Desta forma, o objetivo deste estudo foi verificar como as
relações de amizade entre as atletas afetam os estados de humor. Foram
avaliadas 12 atletas (14-15 anos) do sexo feminino que atuam por uma
equipe da Grande São Paulo - Brasil. As avaliações foram realizadas durante
30 sessões de treinamentos/jogos no período competitivo, sendo aplicadas
assim que as atletas chegavam aos locais de treinamentos/jogos, impedindo
assim que houvesse a intervenção de qualquer membro da comissão técnica,
evitando a contaminação das possíveis oscilações. Os estados de humor
foram avaliados por meio do teste POMS (MCNAIR et al., 1971), composto
por 6 variáveis (Tensão, Depressão, Raiva, Vigor, Fadiga e Confusão),
acrescentou-se ainda na análise dos estados de humor um 7º índice
denominado IEEA (Índice de Equilíbrio Emocional Atual), calculado a
partir da variável vigor subtraído da somatória das variáveis negativas
(tensão, raiva, depressão, fadiga e confusão). Para avaliar as relações de
amizade, foi inserida na folha do POMS, a questão "Como está seu
relacionamento com suas amigas?", as respostas deveriam ser feitas em
uma escala de 5 pontos, sendo 1 - muito mal, 2 - mal, 3 - normal, 4 - bem
e, 5 - muito bem. A análise estatística adotada para a verificação da existência
de diferenças significativas entre os níveis da escala de avaliação e os
respectivos índices de humor foi a "Anova One Way" com Scheffé Post
Hoc Test com nível de significância p<0,01. Os resultados apontaram a
existência de diferenças significativas (p<0.01) em pontos da escala para
todas os estados de humor, a única exceção foi a Tensão que não apontou
significância. Além disto, nenhuma atleta avaliou a relação com as amigas
como "1 - muito mal". Estes resultados apontam a necessidade de um
controle dos fatores externo mais apurado por parte dos membros das
comissões técnicas, pois estes podem interferir no desempenho e resultado
esportivo das atletas, já que em diversos estudos, os estados de humor
estão associados ao rendimento. Sendo assim, as interferências externas
pelas quais passam os atletas dos mais distintos níveis não podem ser
relegadas a um segundo plano.

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