Resumo

Professores universitários normalmente desempenham tarefas físicas de baixa intensidade associadas a um ritmo laboral diário e à responsabilidade de formação de recursos humanos perante a sociedade, podendo levá-los a situações de estresse e desmotivação que, aliadas à má alimentação e à inatividade física, podem ocasionar o desenvolvimento de doenças e agravos crônicas não transmissíveis e afetar a qualidade de vida. Essa temática, nos últimos tempos, vem atraindo a atenção de pessoas de diferentes idades, classes sociais e graus de instrução. Por isso, a presente pesquisa tem como objetivo relacionar os aspectos nutricionais de docentes universitários de uma Instituição de Ensino Superior e estabelecer correlações com a qualidade de vida percebida. Trata-se de uma pesquisa de delineamento transversal, exploratório e descritivo, de cunho quantiqualitativo. Para a coleta dos dados quantitativos referentes aos 248 docentes participantes da pesquisa, utilizou-se o diagnóstico nutricional por meio de dados antropométricos (peso, altura, circunferência abdominal), recordatório de 24h e da aplicação do questionário de conhecimento nutricional; na mensuração da qualidade de vida, utilizou-se o questionário WHOQOL-Bref da Organização Mundial da Saúde, representados pelos domínios físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Para caracterizar a realidade sociodemográfica dos docentes foi aplicado um questionário sociodemográfico. Relativa à análise qualitativa realizou-se uma entrevista, semiestruturada como uma amostra composta por 10 docentes que apresentaram pontuações extrema (máxima e mínima) na avaliação da qualidade de vida por meio de análise textual descritiva. O resultado da pesquisa caracterizou o docente com uma qualidade de vida geral satisfatória e concluiu que seu comportamento alimentar reflete discrepância entre os conhecimentos sobre nutrição, antropometria e qualidade de vida, pois sua prática difere da teoria, principalmente sob a ótica de domínios específicos como o físico e o ambiente. O processo formativo dos docentes é contínuo, engloba tanto o desenvolvimento pessoal quanto o profissional e contribui assim para a melhoria da qualidade da educação de nível superior.

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