Relações étnico-raciais e africanidades na educação física escolar: reflexões sobre os saberes docentes

A formação docente específica é fundamental para que a educação física possa incorporar saberes e culturas invisibilizadas no ambiente escolar, interpretando suas marcas sociais e históricas. O objetivo deste trabalho foi identificar e analisar os saberes das questões étnico-raciais e das africanidades de professoras de educação física, além de possibilidades e desafios. Esta é uma pesquisa qualitativa, sob a perspectiva da pesquisa-ação, em que o relacionamento entre pesquisador e participantes contribui para a formação docente. A pesquisa de campo ocorreu por meio de sessões de grupo focal e registros em diário de campo, com a discussão dos dados pautada na análise de conteúdo. Identificou-se que as professoras percebem tensões nas relações étnico-raciais nas aulas de educação física e também uma necessidade de trabalho e reflexões críticas acerca das africanidades. Aprofundar tais conhecimentos nas formações docentes favorece o enfrentamento do racismo e a valorização das africanidades.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, S. L. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.

ATTILIO, V. F.; CORRÊA, D. A.; ROSSI, F. A corporeidade negra e o contexto escolar: estudo de revisão sistemática. Educação em Foco, v. 27, n. 1, p. 27-44, 2022.

BRASIL. Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 10 jan. 2003.

BRASIL. Conselho Nacional da Educação. Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Diário Oficial da União, Brasília, 22 jun. 2004.

BRASIL. Lei 11.645, de 10 de marco de 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 11 maio 2024.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso: 11 maio 2024.

BROWN, M. Capítulo 4, Versículo 3. In: RACIONAIS MC´s. Sobrevivendo no Inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 49-56.

CANDAU, V. M. F. Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas. Currículo sem fronteiras, v. 11, n. 2, p. 240-255, 2011.

CUNHA, D. A. Brincadeiras africanas para a educação cultural. Castanhal: Edição do autor, 2016.

DESLANDES, S. F. A construção do projeto de pesquisa. In: MINAYO, M. C. S. (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Editora Vozes, 1994. p. 31-50.

EMICIDA. Boa Esperança. In: EMICIDA. Amarelo – é tudo pra ontem (Ao Vivo). São Paulo: Laboratório Fantasma, 2021. Faixa 5. 1 álbum de áudio digital (1 h 46 min 56 s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dSePlvL5ItM&ab_channel=Emicida. Acesso em: 11 maio 2024.

FANON, F. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EdUFBA, 2008.

FELCHER, C. D. O.; FERREIRA, A. L. A.; FOLMER, V. Da pesquisa-ação à pesquisa participante: discussões a partir de uma investigação desenvolvida no Facebook. Experiências em Ensino de Ciências, v. 12, n. 7, p. 1-18, 2017.

FERREIRA, L. A.; SANTOS, R. R. S. Educação Física. In: MESQUITA, A. M.; FANTIN, F. C. B.; ASBHAR, F. F. S. (org.). Currículo Comum Ensino Fundamental de Bauru. Bauru: Prefeitura Municipal de Bauru, 2016. p. 545-594.

GATTI, B. A. Grupo focal na pesquisa em Ciências Sociais e Humanas. Brasília: Líber Livro, 2005.

GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

GOMES, N. L. Educação e relações raciais: refletindo sobre algumas estratégias de atuação. In: MUNANGA, K. (org.). Superando o racismo na escola. 2. ed. Brasília: Ministério da Educação, 2005. p. 143-172.

Acessar