Resumo

Verifica-se substancial aumento na produção de revisões sistemáticas e metanálises, inclusive sobre os efeitos do exercício na composição corporal. Destacam-se aqui aqueles comparando Treinamento Contínuo de Intensidade Moderada (MICE) e Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT). Observando que metanálises bem conduzidas apresentam maior nível de evidência científica, torna-se relevante analisar criticamente os trabalhos sobre a temática, a despeito da possível ausência de diferença entre MICE e HIIT previamente relatada. Isto deriva do impacto que protocolos e relatos adequados dos estudos primários exercem no resultado da metanálise. Ao analisar estudos incluídos em metanálises, são identificadas ausências de informações relevantes, o que enviesa a interpretação crítica do leitor, podendo conduzir à interpretação equivocada dos resultados. Observando metanálises sobre os efeitos do MICE e HIIT na composição corporal, questiona-se a carência de relativização do tempo total do treinamento para atingir os resultados. Ao reanalisarmos os dados de metanálise previamente publicada, verificamos maior redução relativa do percentual de gordura no grupo HIIT em comparação ao grupo MICE quando consideradas as durações das intervenções. À vista disto, indica-se que todas as metanálise acerca do tema deveriam concernir não somente análises absolutas da mudança de composição corporal, mas relativizá-las ao tempo treinado.

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