Religiosidade Pós-moderna na Cidade ou Urbanismo Pósmoderno nas Religiões?
Por Paula Rondinelli (Autor), Leila Marrach Basto de Albuquerque (Membro de Banca), Edemilson Antunes de Campos (Membro de Banca), Afrânio Mendes Catani (Membro de Banca), Renato Braz Oliveira de Seixas (Membro de Banca).
Em Motriz v. 6, n 2, 2000. Da página 113 a 114
Integra
"Da crença em duendes nórdicos ao uso de florais canadenses; do consumo de incenso indiano à prática da acupuntura chinesa; da meditação tibetana ao shiatsu japonês; dos livros de auto-ajuda americanos ao xamanismo siberiano; da bruxaria celta dos índios da Amazônia-, surgia a preliminar e básica pergunta: por onde começar?" Este foi o quadro com o qual Magnani-professor do departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo- se deparou: emergiam na metrópole paulistana elementos oriundos das mais diversas tradições, que se entrelaçavam na mais perfeita harmonia, ao mesmo tempo em que pareciam envoltos por uma névoa de religiosidade, diferente da tradicional cristã, sendo estas, rapidamente inseridas no estilo de vida de parte da população. Esse movimento o autor denominou de neo-esotérico ou, mais suscintamente, neo-esô. Tal denominação parece bem apropriada, já que se utiliza do prefixo "neo" para fazer as necessárias diferenciações entre outros usos do termo esotérico. Diante da denominação do movimento abordado, o autor toma uma atitude necessária ao proporcionar um esclarecimento, ao leitor mais desavisado, de que outros estudiosos se diferem em torno de tal nomeação: Amaral (1998) utiliza a terminologia Nova Era, Russo (1993) opta por complexo alternativo, e outras opções denominativas como nebulosa místico-esotérica, também persistem.