Repensando o Conceito de Turismo Sexual Para Além da Exploração Sexual, do Tráfico de Pessoas e da Prostituição Feminina
Por Erick da Cunha Coelho Zickwolff (Autor).
Resumo
Esta dissertação tem como objetivo, através da análise de obras acadêmicas que discutem a temática do turismo sexual, ampliar o entendimento acerca de tal fenômeno. Para tanto, realizou-se uma densa revisão bibliográfica cujo foco principal deteve-se nos diferentes conceitos de turismo sexual existentes na literatura acadêmica, criticamente examinada. Inicialmente, a sexualidade humana foi analisada com vistas a estabelecer as especificidades entre os muitos fatores que a compõe, tais como os biológicos, os psicológicos e os socioculturais. A seguir, um exame da atividade da prostituição feminina teve lugar, procurando abarcar as múltiplas visões, que a explicam, quais sejam: a histórica, a legal, a moral e religiosa, a socioeconômica, além dos diferentes olhares feministas existentes sobre ela. Depois, foi realizada uma investigação sobre a noção do turismo como uma prática moderna e de sua ligação com a busca por prazeres diversos, dentre eles o sexual. Com relação ao turismo sexual, onde o encontro entre a sexualidade, o turismo e a prostituição tem lugar, percebeu-se a necessidade da ampliação de seu conceito, para além da sinonímia relacionada à exploração sexual, ao tráfico de pessoas e à própria prostituição que, indubitavelmente, conformam uma parte significativa, mas não a totalidade, dos múltiplos aspectos que o turismo sexual pode abranger. Também se compreendeu que a figura estereotipada do “homem branco, heterossexual e proveniente dos países desenvolvidos” não é representativa da totalidade dos visitantes que procuram se envolver em relacionamentos sexuais durante suas viagens, uma vez que homens homossexuais, e mulheres heterossexuais, por exemplo, também se acham inseridos na lógica do turismo sexual. Percebeu-se que, apesar de não ser considerado como uma segmentação do mercado turístico, o turismo sexual vem sendo fomentado, em algumas de suas vertentes, por empresas prestadoras de serviços turísticos e por órgãos oficiais de turismo. Por fim, uma reconceituação do termo “turismo sexual” foi proposta, com base nas diversas definições estudadas durante a feitura deste trabalho.