Resumo

Este estudo das representações corporais de doentes mentais institucionalizados está organizado, em gradientes que objetivam facilitar a compreensão do tema e sua complexidade. A idéia central é contribuir para o desvendamento do significado do corpo para o doente mental e refletir sobre a experiência do próprio sujeito com o adoecimento mental, aprofundado a discussão sobre sua historicidade corporal. E ainda num estágio ulterior identificar, através da análise do conteúdo dos discursos, os níveis de sujeição impostos pela institucionalização e as possíveis interferências deste processo na manutenção de imagem corporal destes sujeitos. Estão presentes as contribuições de diferentes autores sobre o corpo, visto, sobretudo como um reservatório simbólico das experiências existenciais. Os conceitos de representação são paralelamente associados, provocando reflexões sobre o impacto do processo de institucionalização na vida dos sujeitos. O referencial teórico de BARDIN (1997) é utilizado como fundo , onde as categorias representacionais são ordenadas e interpretadas. FINGER (1986) e também MARTIJENA (1996) fornecem uma concepção de atividade de vida diária, apropriadas a para identificação do cotidiano asilar. Os conceitos existenciais de FRANKEL (1963) e MELLO (1955) subsidiam, a apreensão das imagens fundamentais nas descrição do ambiente de pesquisa. Em última análise, os manicômios foram constituídos para "tratar doentes mentais", as práticas nele desenvolvidas cessaram por destruir os vestígios de corporeidade e singularidade dos sujeitos. Uma vez que sem o corpo singular, histórico e social, não há sujeito nem cidadania a ser resgatada, não há como reintegrá-los sem subverter o modelo asilar. VENÂNCIO, LEAL et DELGADO (1997). Nesta premissa a reabilitação psicossocial é sugerida, como uma das alternativas de ruptura da institucionalização.

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