Resumo

O estudo traz para a cena da Educação Física brasileira uma discussão sobre a distribuição dos alunos por sexo. Constituiu-se em um estudo de caso, que teve como objetivo investigar e analisar quais as representações de professores acerca da distribuição dos alunos por sexo nas aulas de educação física escolar no Colégio Estadual Edmundo Bittencourt - Teresópolis - RJ. A pesquisa se caracterizou por uma abordagem qualitativa de caráter exploratório e etnográfico. Originou-se da falta de consenso constatada por nós na prática pedagógica de professores de educação física sobre critérios de distribuição dos alunos por sexo nestas aulas. Procuramos por meio do discurso e das práticas sociais de um grupo de professores, identificar quais as representações que este grupo possui sobre aulas com turmas mistas e separadas por sexo. Como informantes, participaram da pesquisa seis professores de educação física que lecionam no colégio, três mulheres e três homens. Utilizamos na coleta dos dados a entrevista em grupo focal e a observação participante. As aulas com turmas mistas se mostram socializantes, de pouco confronto e com destaque para diferenças de habilidade e força. As aulas com turmas separadas por sexo priorizam o desempenho e são esportivizadas. Encontramos na prática e no discurso uma falta de consenso de professores com respeito à forma de distribuição dos alunos por sexo, com destaque para as aulas com turmas flexibilizadas, em que uma parte da aula é com turma mista e outra parte, com turma separada. O estudo rompe com a dicotomia misto/separado, valorizando outros critérios para a distribuição dos alunos, que não o sexo.

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