Resumo

A legitimação masculina nos estádios de futebol faz com que suas práticas apareçam fora de questionamento. O saber aprendido passa por repetidos exercícios de naturalização fazendo com que esses sejam associados a todos os homens que ocupam esse espaço. Esse conhecimento e essa legitimidade do lugar masculino nas práticas torcedoras nos estádios de futebol, do jornalismo esportivo e da atuação no futebol profissional lhes dá, também, a possibilidade de produzir representações sobre as mulheres que atuam nesse espaço. Apresentamos representações sobre mulheres nos estádios de futebol, e como os homens narram essa participação. Utilizamos falas da imprensa esportiva sobre a presença de mulheres no estádio e manifestação de torcedores quando da realização de etnografia na Arena do Grêmio.

Palavras-chave


gênero; representação; futebol; feminilidades; masculinidades

Texto completo:

PDF

Referências

ALABARCES, Pablo. Héroes, machos y patriotas: el fútbol entre la violencia y los medios. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Aguilar, Altea, Taurus, Alfaguara, 2014.

ARCHETTI, Eduardo P. Masculinidades: fútbol, tango y pólo en la Argentina. Buenos Aires: Antropofagia, 2003.

BANDEIRA, Gustavo Andrada. Um currículo de masculinidades nos estádios de futebol. In: Revista Brasileira de Educação. V. 15, n. 44, maio/ago. 2010, p. 342-352.

BORRILLO, Daniel. Homofobia: história e crítica de um preconceito. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

BUTLER, Judith. Vida precaria: el poder del duelo y la violencia. Buenos Aires: Paidós, 2009.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

FIENGO, Sergio Villena. Gol-balización, identidades nacionales y fútbol. In: ALABACES, Pablo. (Comp.). Futbologías: fútbol, identidad y violencia en América Latina. Buenos Aires: Clacso, 2003, p. 257-271.

LOURO, Guacira Lopes. Heteronormatividade e homofobia. In: JUNQUEIRA, Rogério Diniz (org.). Diversidade sexual na educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, UNESCO, 2009, p. 85-93.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 7ª ed., 2004.

LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias da sexualidade. In: ______. (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2ª ed., 2001, p. 7-34.

MEYER, Dagmar Estermann. Abordagens pós-estruturalistas de pesquisa na interface educação, saúde e gênero: perspectiva metodológica. In: MEYER, Dagmar Estermann; PARAÍSO, Marlucy Alves (Orgs.). Metodologias de pesquisas pós-críticas em educação. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2012, p. 47-61.

MEYER, Dagmar E. Estermann. Gênero e educação: teoria e política. In: LOURO, Guacira Lopes; NECKEL, Jane Felipe; GOELLNER, Silvana Vilodre. (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003, p. 9-27.

MOREIRA, Verónica. “El Rojo y Newell’s Old Boys, un sólo corazón”. Reciprocidad, amistad y rito de comensalidade entre las hinchadas de fútbol en Argentina. In: ALABARCES, Pablo (Org.). Hinchadas. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2005, p. 91-101.

MÜHLEN, Johanna Coelho Von; GOELLNER, Silvana Vilodre. Representações de feminilidades e masculinidades (re)produzidas pelo site Terra. In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Florianópolis, v. 34, n. 1, jan./mar. 2012, p. 165-184.

PELLER, Mariela. Judith Butler y Ernesto Laclau: debates sobre la subjetividad, el psicoanálisis y la política. In: Sexualidad, salud y sociedad. Revista latinoamericana, n. 7, abr. 2011, p. 44-68.

SAFATLE, Vladimir. Dos problemas de gênero a uma teoria da despossessão necessária: ética, política e reconhecimento em Judith Butler. In: BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015, p. 173-196.

SALIH, Sara. Judith Butler e a teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica Editores, 2012.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. In: Educação & Realidade. Gênero e Educação. Porto Alegre: FACED/UFRGS, v.20, n.2, jul./dez. 1995, p.71-99.

SEGALEN, Martine. Ritos e rituais contemporâneos. Rio de Janeiro: FGV, 2002.

SILVA, Tomaz Tadeu da. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 2ª reimp., 2003.

SILVEIRA, Raquel da; STIGGER, Marco Paulo. Jogando com as feminilidades: um estudo etnográfico em um time de futsal feminino de Porto Alegre. In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Florianópolis, v. 35, n. 1, jan./mar. 2013, p. 179-194.

VIGARELLO, Georges. Virilidades esportivas. In: CORBIN, Alain; COUTRINE, Jean-Jacques; VIGARELLO, Georges (Orgs.). História da virilidade: a virilidade em crise? Séculos XX-XXI. Petrópolis/RJ: Vozes, 2013, p. 270, 301.

WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 3ª ed., 2004, p. 7-72.

Acessar Arquivo