Resumo

A Teoria das Representações Sociais (TRS) estimula a realização de novos estudos à medida que seus conceitos desvendam questionamentos a partir de sua fundamentação. Essa teoria se adequa a problematização apresentada nesse estudo que busca refletir sobre as questões de gênero e sexualidade no atendimento da população LGBTQIA+ no campo da Saúde. Compreender como o Profissional de Educação Física (PEF) reflete sobre a temática e encara as demandas deste público indica qual a distância este está de um atendimento equitativo, conforme o princípio do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivos: Esse estudo objetivou identificar as possíveis informações do universo consensual e reificado sobre a temática da diversidade presentes nos PEF que podem ou não acarretar posicionamentos ou ações preconceituosas. Metodologia: A amostra foi composta por 9 PEF atuantes no município de Ponta Grossa no Hospital Regional Universitário de Ponta Grossa (HURPG) e nos Núcleos de Atendimento à Saúde da Família (NASFs). Os instrumentos utilizados foram a Escala de Preconceito contra Diversidade Sexual e de Gênero (EPDSG) (Costa, Bandeira e Nardi, 2015) e um questionário demográfico com questões sobre contato e cursos de capacitação a respeito das Campanhas da Saúde voltadas para a população LGBTQIA +. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UEPG sob o registro: 5.475.110. Resultados: Os dados revelaram que 77% da amostra nunca participou de um curso de capacitação sobre as temáticas saúde e população LGBTQIA+. Destes, 44% justificaram a falta de oferta de cursos sobre o tema e 22% afirmaram ter desinteresse pelo assunto. Sobre o conhecimento de campanhas de saúde para essa população, 66% afirmaram desconhecer a existência de tais campanhas. Os dados da EPDSG foram cruzados com as informações referentes à capacitação ou conhecimento das campanhas de saúde e revelaram que a ausência da familiaridade com o tema contribui para maiores tendências de discriminação no atendimento da população LGBTQIA+. Conclusão: A ausência da capacitação dos PEF que atuam na área da saúde sobre as temáticas de diversidade e sexualidade pode contribuir para posicionamentos preconceituosos durante o atendimento, distanciando-se assim de um atendimento equitativo, princípio que rege à política nacional de saúde

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