Reprodutibilidade do Limiar de Lactato Determinado Pelo Método Dmax a Partir dos Ajustes de Curva Exponencial Mais Constante e Polinomial de Terceira Ordem
Por J. C. C. Alves (Autor), C. S. Peserico (Autor), Ana Claudia Pelissari Kravchychyn (Autor), D. F. da Silva (Autor), G. A. Nogueira (Autor), F. A. Machado (Autor).
Resumo
O limiar de lactato (LL) é utilizado para prescrição do treinamento, avaliação da capacidade aeróbia mostrando-se bom preditor da performance de endurance; entretanto, sua reprodutibilidade determinada pelo método Dmax (LLDmax) ainda é pouco estudada. O objetivo do estudo foi verificar a reprodutibilidade teste-reteste do LLDmax calculado a partir dos modelos de regressão exponencial mais constante (LLDmax-exp) e polinomial de terceira ordem (LLDmax-pol), determinados durante testes incrementais de corrida em esteira. Adicionalmente foi analisada a reprodutibilidade dos LLs obtidos por inspeção visual (LLvisual) e concentração fixa de 3,5 mmol»L-1 (LL3,5). Participaram do estudo 17 corredores recreacionais (35,2 ± 5,2 anos) inseridos em treinamentos de corrida, com experiência em provas de 10 km, que realizaram, em teste-reteste, dois testes incrementais máximos de corrida em esteira com velocidade inicial de 8 km»h-1, incrementos de 1 km»h-1 a cada três minutos e pausas de 15 segundos entre cada estágio para coleta de amostras de sangue (25μl) do lóbulo da orelha para determinação das concentrações de lactato. FC e PSE foram registradas ao final de cada estágio (Polar RS800 e escala de Borg 6-20, respectivamente) e seus maiores valores atingidos ao final dos testes foram considerados como FC máxima (FCmax) e PSE máxima (PSEmax). Para determinação das velocidades de LL (vLL) foram utilizados os métodos Dmáx (ajuste de curva exponencial e polinomial), inspeção visual e concentração fixa de 3,5 mmol»L−1. Para a comparação entre teste-reteste foi utilizado teste t dependente e a reprodutibilidade foi verificada pelos coeficientes de correlação intraclasse (CCI), erro padrão da medida (EPM), coeficiente de variação (CV) e tamanho de efeito (TE), adotando-se nível de significância de P < 0,05. Os resultados demonstraram que todas as variáveis não se diferenciaram entre teste-reteste. Em relação à reprodutibilidade dos LLs, o LLDmax-exp foi o mais reprodutível (CCI = 0,87; EPM = 0,45; CV = 3,41 ; TE = 0,08), seguido do LLvisual (CCI = 0,87; EPM = 0,57; CV = 4,35 ; TE = 0,11), LL3,5 (CCI = 0,87; EPM = 0,72; CV = 5,39 ; TE = 0,19) e LLDmax-pol (CCI = 0,62; EPM = 0,71; CV = 5,80 ; TE = 0,24). Concluimos que o LLDmax determinado a partir do ajuste de curva de regressão exponencial mais constante apresentou elevada reprodutibilidade teste-reteste. Entretanto, o LLDmax obtido a partir do ajuste polinomial de terceira ordem apresentou baixa reprodutibilidade. Além disso, o LLvisual e LL3,5 também foram reprodutíveis. Assim, sugere-se a utilização do método Dmax determinado a partir do ajuste de curva exponencial mais constante para a prescrição e monitoramento do treinamento por fornecer os melhores valores para os indicativos de reprodutibilidade da vLL.