Reprodutibilidade do Pico de Torque dos Músculos Flexores e Extensores de Cotovelo em Diferentes Tipos de Ação Muscular em Nadadores
Por N. M. Bassan (Autor), B. Simões (Autor), T. E. A. S. Cesar (Autor), L. C. R. Lima (Autor), R. A. C. Caritá (Autor), C. C. Greco (Autor), Benedito Sérgio Denadai (Autor).
Resumo
A reprodutibilidade de uma medida é fundamental para a precisão da avaliação da aptidão física e da performance. Entre as variáveis que podem influenciar na reprodutibilidade de algumas medidas de aptidão física, estão o nível de treinamento e a velocidade angular. No nado crawl, a ação dos músculos flexores do cotovelo (FC) e os extensores do cotovelo (EC) é essencial para a realização dos movimentos da braçada, devido à sua importância na estabilização desta articulação e na transmissão de forças da mão e do antebraço para o deslocamento. O objetivo do presente estudo foi analisar a reprodutibilidade do pico de torque isométrico (PTI) e pico do torque isocinético concêntrico nas velocidades de 60º.s-1 e 180°.s-1 (PTC60 e PTC180, respectivamente) dos músculos FC e EC em nadadores treinados. Quinze nadadores meio fundistas e fundistas do gênero masculino (25 ± 4 anos;1,79 ± 0,09 cm; 75,89 ± 9,45 kg) realizaram os seguintes protocolos, em dias diferentes: 1) Familiarização ao dinamômetro isocinético; 2) Duas contrações isométricas máximas para a determinação do PTI, e cinco contrações isocinéticas máximas concêntricas a 60º.s-1 e 180°.s-1 para a determinação do PTC60 e PTC180, respectivamente (T1). Os testes para a determinação do PTI, PTC60 e PTC180 foram realizados de forma aleatória; 3) Foram realizados os mesmos testes e na mesma ordem dos realizados no segundo dia (T2). Não houve diferença significante dos valores de PTI entre T1 e T2 (FC - 80,9 ± 18,1 Nm e 79,3 ± 17,4 Nm; EC - 93,3 ± 30,2 Nm e 85,1 ± 27,21 Nm, respectivamente) (p > 0,05). Da mesma forma, não houve diferença significante dos valores de PTC60 (FC - 49,2 ± 11,4 Nm e 48,67 ± 11,2 Nm; EC - 68,8 ± 13,8 Nm e 73,1 ± 15,6 Nm, respectivamente) e PTC180 (FC - 44,1 ± 9,9 Nm e 44,5 ± 9,2 Nm; EC - 60,4 ± 12,3 Nm e 60,3 ± 14,3 Nm, respectivamente) entre T1 e T2 (p > 0,05). Os valores de correlação intraclasse (ICC) do pico de torque foram de 0,90 - 0,96 para os FC e de 0,78 - 0,95 para os EC. O erro típico dos valores de PTI, PTC60 e PTC180, expresso como coeficiente de variação, apresentou valores de 4,6 - 7,6% para os FC e de 7,6 - 10,1% para os EC. Com base nestes resultados, pode-se concluir que, a reprodutibilidade do pico de torque dos músculos FC e EC não parece ser influenciada pelo tipo de ação muscular utilizado, em indivíduos treinados na natação.