Reprodutibilidade do Ponto de Inflexão da Frequência Cardíaca em Adultos Jovens Fisicamente Ativos
Por Geovane José Tolazzi (Autor), Cesar Siqueira Aleixes de Mello (Autor), Alynne Damião Ferreira (Autor), Jaqueline Alves de Araújo (Autor), Fabiula Isoton Novelli (Autor), Gisela Arsa da Cunha (Autor), Lucieli Teresa Cambri (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
INTRODUÇÃO: O ponto de inflexão da frequência cardíaca (PIFC) está associado ao limiar de lactato e de variabilidade da frequência cardíaca, e ocorre em uma faixa de predominância vagal da modulação autônoma cardíaca (FERREIRA et.al., 2014; CAMBRI et al., 2016). Além de ser um método não invasivo e menos dispendioso, a prescrição de exercícios a partir deste parâmetro demonstra uma segurança cardioprotetora durante exercício físico, entretanto há poucos estudos que verificaram a reprodutibilidade do mesmo. OBJETIVO: Verificar a reprodutibilidade do PIFC em adultos jovens fisicamente ativos. MÉTODOS: Foram avaliados 11 homens (22,03 ±3,09 anos; 23,45 ±2,25 Kg.m-2), submetidos a quatro testes progressivos máximos (TPM) em cicloergômetro (INBRASPORT®), com intervalo mínimo de 72h, carga inicial de 15W e incrementos de 15W/min a 60 rpm, até exaustão voluntária. Durante todo o teste, a frequência cardíaca - FC (POLAR® RS800CX), variáveis ventilatórias – VO2 e VCO2 (VO2000 MEDICAL GRAPHICS®) e percepção subjetiva de esforço (BORG, 1982) foram monitoradas. Os critérios para determinação do teste como máximo foram: atingir no mínimo 90% da FCmáx (220-idade), valores >18 na escala de Borg e coeficiente respiratório >1,1 e não conseguir manter as 60 rpm por mais de 10s. Para determinação do PIFC plotou-se os pontos de FC x carga correspondentes, posteriormente os valores foram ajustados por uma função polinomial de 3ª ordem e uma equação linear (GRAPHPAD PRISM 6®), sendo definido como PIFC a maior distância negativa entre os dois ajustes (CAMBRI, 2006). Para verificar a normalidade dos dados utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk, os testes de ANOVA de medidas repetidas e Friedman para comparação dos valores obtidos entre os testes para dados paramétricos e não-paramétricos, respectivamente. Para análise da reprodutibilidade adotou-se o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e intervalo de confiança (IC 95%) (IBMM® SPSS statistics). RESULTADOS: O teste progressivo foi considerado máximo para todos os avaliados em todos os testes. O PIFC foi identificado em 100% dos voluntários. Não houve diferença estatística nos valores obtidos entre os testes, bem como nas variáveis relativas à intensidade do PIFC (p>0,05). CONCLUSÃO: A partir dos valores de CCI (>0,66) obtidos pode-se afirmar que o PIFC é reprodutível em jovens adultos não treinados, sendo indicado para prescrição de intensidades de exercícios físico visando melhora da capacidade aeróbia.