Resumo

A fadiga mental (FM) é um estado subjetivo, caracterizado por uma motivação reduzida para exercer esforços, que é muitas vezes acompanhada de flutuações e prejuízos no desempenho cognitivo. Como ferramenta sensível para identificar a FM, se destaca o Stroop Test (ST), amplamente utilizado para verificar o tempo de resposta do avaliado. Nesse sentido, além do tempo de resposta avaliado pelo ST, se faz útil a investigação concomitante de marca-dores fisiológicos para detectação da FM. Assim a variabilidade da frequência cardíaca (HRV), que descreve oscilações nos intervalos entre batimentos cardíacos consecutivos verificando as ondas R-R, é uma das opções utilizadas já que o coração possui interações com o cérebro que são influenciadas pela regulação do sistema nervoso autônomo, que respondem a estímulos externos, a exemplo de atividades cognitivas sustentadas. Contudo, é importante saber quais domínios do HRV são reprodutíveis como indicador de FM. Objetivo: Avaliar a reprodutibili-dade da HRV como indicador de FM durante a realização do ST. Métodos: O estudo se trata de um estudo transversal. Um total de 25 pessoas (idade: 66,1±4,0; peso: 65,1kg ± 11,6) foram ava-liadas em dois momentos, sendo um teste (T) e um reteste (RT), com um intervalo de sete dias pelo mesmo avaliador. A amostra era submetida a verificação da HRV durante a realização do ST, onde o avaliado é requisitado a fornecer respostas motoras (RM) no menor tempo possível frente a estímulos no formato de palavras coloridas, senso essas congruentes (a palavra e a cor apresentada são as mesmas) ou incongruentes (a palavra e a cor são diferentes). Foram apre-sentados 120 estímulos (trials) em um monitor de notebook e a RM deveria ser realizada em um teclado conforme a cor da palavra apresentada. Em relação ao domínio tempo do HRV, fo-ram coletados os dados de SDNN e RMSSD, em contrapartida, no domínio da frequência foram usados os componentes de baixa (LF) e alta frequência (HF). Os dados referentes a HRV foram coletados através do uso de um monitor cardíaco e analisados através do teste t de student e coeficiente de correlação intraclasse baseado em um modelo de efeitos mistos de duas vias, tipo de avaliador único e concordância absoluta. O nível de significância aceito foi de p < 0,05. Re-sultados: Após as avaliações obtivemos os seguintes resultados: SDNN [(T: 26,9 ± 29,2; RT: 23,6 ± 21,5; p > 0,05; ICC: 0,70 (0,44 – 0,85)], RMSSD [T: 37,6 ± 49,1; RT: 30,5 ± 34,7; p > 0,05; ICC: 0,73 (0,48 – 0,87)], HF [T: 52,1 ± 21 ; RT: 50,2 ± 24,8; p > 0,05; ICC: 0,55 (0,22 – 0,77)] e LF [T: 47,6 ± 21; RT: 44,3 ± 19,5; p > 0,05; ICC: 0,55 (0,21 – 0,77)]. Conclusão: A variabilidade da HRV como indicador de fadiga mental durante a realização do ST demonstrou uma moderada reprodutibilidade, com melhor coeficiente no domínio de tempo em relação ao o domínio de frequência.

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