Resumo

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A suplementação de creatina tem sido usada para melhorar o desempenho muscular. Esta afeta o metabolismo da glicose e estimula a secreção de insulina in vitro e in vivo. No entanto, a hipersecreção de insulina em longo prazo pode induzir também resistência à insulina. O presente trabalho analisou os efeitos da suplementação oral de creatina para avaliar a possibilidade da ocorrência de resistência à insulina in vivo. MÉTODOS: Quarenta e oito ratos Wistar (24 fêmeas/24 machos) foram divididos em dois grupos de 24 (controle e estudo) e subdivididos em seis grupos de oito. Por quatro semanas, foram alimentados com ração padrão, tendo livre acesso a água. Além disso, o grupo de estudo recebeu dieta suplementar de creatina (0,4g de creatina para 30mL de água por rato/dia). Nos 7º, 14º, 21º e 28º dias do experimento, 12 ratos foram anestesiados (tiopental sódico 0,15mL/100g), após jejum de seis horas, sendo submetidos ao teste intravenoso de tolerância à insulina (0,5mL de uma solução de 30% de insulina humana regular e 70% de salina). As amostras de sangue foram coletadas das veias dos rabos dos ratos, nos tempos basal, três, seis, nove, 12 e 15 minutos após a administração da insulina. A mensuração da glicose foi feita pelo método da glicose-oxidase. O trabalho foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do CCMB- PUCSP. RESULTADOS: A média da constante de decaimento da glicose (KITT) foi calculada pela fórmula 0,693/T1/2. O grupo de estudo, quando comparado com o grupo controle, apresentou resistência insulínica no 21º dia (p < 0,0004) e 28º dia (p < 0,0001). CONCLUSÃO: Este trabalho mostra que a suplementação prolongada de creatina pode levar à resistência à insulina e que deveria ser usada com cautela em indivíduos com distúrbios do metabolismo da glicose.

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