Resumo

Com o crescimento da população que está envelhecendo, evidencia-se a necessidade do estabelecimento de condutas que minimizem as perdas fisiológicas e as complicações relacionadas às limitações e doenças que surgem deste processo. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de 16 semanas de treinamento com pesos (TP) sobre a resistência a insulina (RI), a composição corporal (CC) e a força muscular (FM) em homens saudáveis com idades acima de 60 anos. Para tanto, fizeram parte da amostra 18 indivíduos do sexo masculino, sedentários e saudáveis, subdivididos em grupo treinamento (GT, n=10; 65±4 anos de idade; 82,42±12,32 kg de massa corporal; 103,43±10,68 cm de cintura; 27,56±3,31 kg/m2 de IMC) que foi submetido a um programa de TP durante 16 semanas e grupo controle (GC, n=8; 61±2 anos de idade; 84,45±13,10 kg de massa corporal; 102,88±11,05 cm de cintura; 28,49±4,32 kg/m2 de IMC) que não se envolveu com nenhuma rotina de exercícios físicos durante o segmento. Os grupos foram avaliados nos momentos pré e pós TP. A CC foi avaliada através da técnica de Absortometria Radiológica de Duplo Feixe de Energia (DEXA). Os indicadores de FM foram determinados pelo teste de 1 Repetição Máxima (1RM). A RI foi estimada pelo índice do Homeostasis Model Assesment (HOMA). O programa de TP consistiu em 10 exercícios com três séries de 15 repetições executados três vezes por semana em dias alternados. Reduções significativas (p<0,05) foram encontradas no GT para a gordura corporal relativa (%G; -4,73%). Diferenças significativas (p<0,05) foram encontradas nos percentuais de alteração dos grupos em relação à gordura corporal absoluta (GA) e massa livre de gordura (MLG). Aumentos significativos (p<0,05) foram encontrados também no GT para FM avaliada pelo teste de 1RM no supino reto (+41,95%), leg press (+30,15%) e rosca direta (+15,83%). No entanto, não foram observadas alterações significativas na glicemia, insulinemia e resistência à insulina em ambos os grupos estudados após o período experimental. O TP mostrou-se eficiente em promover alterações na CC e FM de indivíduos idosos, o que não ficou estatisticamente evidenciado quando analisou-se as alterações sobre a RI. Os resultados demonstram a importância do TP para reduzir os riscos relacionados com o desenvolvimento da RI em idosos, visto, por exemplo, seu efeito sobre a gordura corporal e força muscular. Contudo, a influência direta de tal treinamento sobre a RI nesta população necessita ainda ser mais estudada, considerando diferentes intensidades e durações do TP, além de diferentes técnicas de determinação da sensibilidade insulínica.

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