Resumo

Estudos científicos prévios demonstraram o potencial efeito do treinamento de força (TF) na redução dos valores de pressão arterial (PA) e sua manutenção após um período de destreinamento. Tal efeito obtido após um programa crônico de TF poderia ser associado a responsividade da PA. O objetivo do presente estudo foi avaliar a responsividade para PA após 10 semanas de TF e de um período de 15 semanas de destreinamento. Trinta e duas mulheres idosas (idade 69 ± 6 anos; estatura 1.55 ± 0.05 m; massa corporal 67.26 ± 11.55 kg; percentual de gordura 38.82 ± 6.19 %) completaram 10 semanas de um programa de TF linear realizado 2 vezes por semana, utilizando-se exercícios alternados para membros superiores e inferiores, seguido de um período de 15 semanas de destreinamento. A PA foi medida utilizando-se um esfigmomanômetro automático nos momentos pré treinamento, pós treinamento e destreinamento. Participantes com alta e baixa responsividade foram classificados pelo percentil 50th que correspondeu a um declínio da pressão arterial sistólica (PAS) maior do que 8.66 mmHg ou menor do que 8.66 mmHg, respectivamente. Two-way ANOVA mista foi utilizada para determinar o efeito da responsividade na alteração da PA controlando-se a regressão a média. A diferença da PA entre grupos no momento pré treinamento vs. pós treinamento, e pré treinamento vs. destreinamento foi analisada através do teste t independente. Constatou-se redução significativa da PAS nos momentos pós treinamento e destreinamento quando comparados ao pré treinamento para a amostra total e para o grupo com alta responsividade (p < 0.05), sem alterações no grupo com baixa responsividade (p > 0.05). Após estratificação pela responsividade da PAS, verificou-se que o grupo com alta responsividade apresentou maiores valores de PAS pré treinamento (132.44 ± 13.72 mmHg) quando comparado ao grupo com baixa responsividade (118.23 ± 11.05 mmHg) (p=0.001). Houve diferença significativa (p < 0.05) no delta da média da PAS entre os momentos pré treinamento e pós treinamento para o grupo com alta responsividade (Δ= -18.56 mmHg; -13.82%) e para amostra total (Δ= -9.26 mmHg; -6.85%), sem diferenças entre o grupo de baixa responsividade (Δ= -1.06 mmHg; -0.7%) (p>0.05). A responsividade para PAS provavelmente está associada aos valores pré treinamento, induzindo uma falsa interpretação dos resultados. Figuras inadequadas e a análise estatística também comprometem a interpretação dos resultados.

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