Resumo

As respostas hemodinâmicas agudas no treinamento com pesos (TP) dependem da sobrecarga do exercício, e podem ser observadas por parâmetros como frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e duplo produto (DPR). Conhecer as respostas cardiovasculares no TP é importante, pois fornecem informações sobre o nível de adaptação às cargas de treino e garantem a segurança do exercício. OBJETIVO: Analisar a resposta aguda da PAS, PAD, FC e DPR de homens treinados em diferentes percentuais de 1RM no exercício de rosca direta. MÉTODOS: Cinco homens (22 ± 2 anos; 2,7 ± 0,6 anos de experiência no TP) realizaram teste de 1RM na rosca direta, com três tentativas para obtenção da carga. Em seguida, uma série até a falha concêntrica foi realizada nos seguintes percentuais de 1RM: 90, 80, 70, 60 e 50%. A PA e a FC foram medidas com um tensiômetro automático (Omron, HEM-7113) em repouso (r), logo após a tentativa válida de 1RM e, imediatamente após cada série. O DPR foi calculado pela multiplicação da PAS com a FC. Os dados foram apresentados em média e desvio padrão. Diferenças entre as séries foram analisadas por ANOVA de medidas repetidas, com correção de Greenhouse-Geisser, e posthoc de Newman-Keuls (P≤0,05). RESULTADOS: Verificou-se um efeito das séries na FC (F = 16,6; P = 0,001; ηp 2 = 0,81), PAS (F = 9,2; P = 0,001; ηp 2 = 0,70) e DPR (F = 23,8; P = 0,001; ηp 2 = 0,85). A FCr (71 ± 15bpm) foi menor em comparação à 90% (92 ± 8bpm) e 60% (113 ± 14bpm). A PASr (114 ± 7mmHg) foi menor quando comparada às demais condições, inclusive o teste de 1RM (P < 0,01), contudo não diferente entre si (P > 0,05), sendo o maior valor a 70% (148 ± 15mmHg). A PAD foi similar entre as séries (F = 1,8; P = 0,13), mantendo valores próximos ao repouso (61 ± 3mmHg). O DPRr (8143 ± 2124) foi menor em relação às demais condições, sendo o maior valor a 60% (16490 ± 2032). CONCLUSÃO: Treinar até a falha concêntrica aumenta a sobrecarga cardiovascular significativamente. Uma vez que pequenas diferenças foram encontradas em diferentes percentuais de 1RM, sugere-se que o estresse cardiovascular no TP está mais relacionado com o volume (repetições) do que com a intensidade (carga) do exercício.

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