Resposta aguda da pressão arterial, frequência cardíaca e duplo-produto de homens treinados em diferentes percentuais de 1rm na rosca direta
Por Ygor Henrique Quadros (Autor), Nicolas dos Santos Cardoso (Autor), Alexandre Jehan Marcori (Autor), Vinícius Lemes (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
As respostas hemodinâmicas agudas no treinamento com pesos (TP) dependem da sobrecarga do exercício, e podem ser observadas por parâmetros como frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e duplo produto (DPR). Conhecer as respostas cardiovasculares no TP é importante, pois fornecem informações sobre o nível de adaptação às cargas de treino e garantem a segurança do exercício. OBJETIVO: Analisar a resposta aguda da PAS, PAD, FC e DPR de homens treinados em diferentes percentuais de 1RM no exercício de rosca direta. MÉTODOS: Cinco homens (22 ± 2 anos; 2,7 ± 0,6 anos de experiência no TP) realizaram teste de 1RM na rosca direta, com três tentativas para obtenção da carga. Em seguida, uma série até a falha concêntrica foi realizada nos seguintes percentuais de 1RM: 90, 80, 70, 60 e 50%. A PA e a FC foram medidas com um tensiômetro automático (Omron, HEM-7113) em repouso (r), logo após a tentativa válida de 1RM e, imediatamente após cada série. O DPR foi calculado pela multiplicação da PAS com a FC. Os dados foram apresentados em média e desvio padrão. Diferenças entre as séries foram analisadas por ANOVA de medidas repetidas, com correção de Greenhouse-Geisser, e posthoc de Newman-Keuls (P≤0,05). RESULTADOS: Verificou-se um efeito das séries na FC (F = 16,6; P = 0,001; ηp 2 = 0,81), PAS (F = 9,2; P = 0,001; ηp 2 = 0,70) e DPR (F = 23,8; P = 0,001; ηp 2 = 0,85). A FCr (71 ± 15bpm) foi menor em comparação à 90% (92 ± 8bpm) e 60% (113 ± 14bpm). A PASr (114 ± 7mmHg) foi menor quando comparada às demais condições, inclusive o teste de 1RM (P < 0,01), contudo não diferente entre si (P > 0,05), sendo o maior valor a 70% (148 ± 15mmHg). A PAD foi similar entre as séries (F = 1,8; P = 0,13), mantendo valores próximos ao repouso (61 ± 3mmHg). O DPRr (8143 ± 2124) foi menor em relação às demais condições, sendo o maior valor a 60% (16490 ± 2032). CONCLUSÃO: Treinar até a falha concêntrica aumenta a sobrecarga cardiovascular significativamente. Uma vez que pequenas diferenças foram encontradas em diferentes percentuais de 1RM, sugere-se que o estresse cardiovascular no TP está mais relacionado com o volume (repetições) do que com a intensidade (carga) do exercício.