Resposta Cardiovascular Aguda Ao Exercício Pré e Pós-prandial em Homens Ativos.
Por Márcio Rabelo Mota (Autor), Sandro Nobre Chaves (Autor), Maurílio Tiradentes Dutra (Autor), Ricardo Jaco de Oliveira (Autor), Renata Aparecida Elias Da (Autor), Renata Aparecida Elias Dantas (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 23, n 5, 2017. Da página 380 a 384
Resumo
Introdução: O exercício pré-prandial promove maior mobilização do metabolismo de gordura devido ao aumento da liberação de catecolaminas, cortisol e glucagon. Contudo, tal resposta afeta a forma como o sistema cardiovascular responde ao exercício. Objetivo: Avaliar a resposta da pressão sistólica, diastólica e média, a frequência cardíaca (FC) e o duplo produto (DP) ao exercício pré e pós-prandial. Métodos: Dez indivíduos ativos (25,50 ± 2,22 anos) foram submetidos a dois protocolos de exercício em esteira (pré e pós-prandial) realizados durante 36 minutos a 65% do VO2máx em dias diferentes. Em ambos os dias, os indivíduos compareceram ao laboratório em jejum de 10 horas. Para a sessão pós-prandial, os voluntários ingeriram uma refeição pré-exercício de 349,17 kcal, contendo 59,3 g de carboidratos (76,73%), 9,97 g de proteína (12,90%) e 8,01 g de lipídeos (10,37%). A pressão sanguínea, a FC e o DP foram medidos antes e depois do exercício. A Anova fatorial (2 X 2) com as comparações múltiplas de Bonferroni foi aplicada para análise das variáveis nos dois momentos (pré e pós-prandial). O nível de significância foi fixado em p < 0,05. Resultados: A pressão sanguínea sistólica (121,70 ± 7,80 vs. 139,78 ± 12,91 mmHg) e a diastólica (66,40 ± 9,81 vs. 80,22 ± 8,68 mmHg) aumentaram significantemente após o exercício somente na sessão pós-prandial (p < 0,05). A FC aumentou significantemente (p < 0,05) após ambos os protocolos (64,20 ± 15,87 vs. 141,20 ± 10,33 bpm pré-prandial e 63,60 ± 8,82 vs. 139,20 ± 10,82 bpm pós-prandial). O DP teve resultado semelhante (8.052,10 ± 1.790,68 vs. 18.382,60 ± 2.341,66 mmHg.bpm na sessão pré-prandial e 7.772,60 ± 1.413,76 vs. 19.564,60 ± 3.128,99 mmHg.bpm na sessão pós-prandial). Conclusão: Esses dados sugerem que o exercício em jejum não altera significantemente a pressão sanguínea. Além disso, a refeição fornecida antes do exercício pós-prandial pode promover maior responsividade da pressão sanguínea durante o exercício.