Resumo

A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) vem sendo amplamente investigada, pois permite acessar de forma indireta o controle do sistema nervoso autonômico sobre a frequência cardíaca (FC). Sua redução está associada a problemas cardíacos, mas também ocorre com o envelhecimento. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de um programa de exercício aeróbio de curta duração sobre a VFC, tomada em repouso, de 9 idosos, sendo 5 normotensos e 4 hipertensos não -bloqueados, com idade entre 65 e 72 anos. O programa foi constituído de sessão de trinta minutos de caminhada em esteira, com carga entre 50% a 60% da FC máxima, realizada 3 vezes por semana durante 4 semanas. O registro das séries de intervalo RR foi obtido pelo Polar® S801i, do qual foram analisados 5 minutos em repouso, com o indivíduo sentado, antes e após cada sessão de exercício. Foram analisados a FC, o desvio padrão (DP) do sinal de VFC e as potências das bandas de baixas (LF: 0,04-0,15Hz) e altas (HF: 0,15-0,5Hz) frequências do espectro de potência do sinal de VFC, seus valores normalizados (LFn e HFn) em relação à potência total do sinal, além desta última (TO) e da razão LF/HF. Foram comparados os resultados do primeiro com os do último e as médias dos resultados dos 3 primeiros com as dos 3 últimos dias de treinamento. O teste t mostrou redução da FC e testes de Wilcoxon revelaram aumentos significativos de LF, HF, SD e TO (p<0,05), comparando o 1º e último dia. Comparando as médias dos primeiros e últimos dias, apenas a FC não apresentou diferença significativa, embora a significância alcançada (p=0,065) não deva ser desprezada, dado o pequeno número de participantes. As outras variáveis não apresentaram diferenças significativas nos dois tipos de comparação (p>0,15). Embora não caiba a aplicação de testes estatísticos para verificar a significância, as alterações impingidas nos indivíduos normotensos tenderam a ser maiores que nos hipertensos. Os resultados deste estudo sugerem que exercícios aeróbios de moderada intensidade e curto prazo podem ser capazes de aumentar a VFC de idosos, e isto parece ser mais acentuado em normotensos, provavelmente devido às alterações já impostas pela hipertensão. Entretanto, as conclusões obtidas a partir deste estudo devem ser vistas com cautela, uma vez que o número de participantes é uma limitação importante.

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