Resposta de marcadores urinários do estado de hidratação em bombeiros militares submetidos ao consumo de pasta de gelo durante simulação de combate a incêndio
Por Pedro Henrique Fernandes Costa (Autor), Arthur Wanderley Martins (Autor), Arthur Wanderley Martins (Autor), Jefferson Falcão Da Silva (Autor), Jefferson Falcão Da Silva (Autor), Klayce Hellen Abreu E Silva (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
o exame químico da urina (urinálise), através de fitas reagentes, fornecem informações importantes sobre o estado de saúde no âmbito clínico, incluindo marcadores de hidratação, tal como a gravidade específica (GE). A GE já é conhecida como um marcador do estado de hidratação. Contudo, recentemente, também foi sugerido que a presença de proteína na urina (especialmente a albumina, ou seja, albuminúria), também pode ser um marcador de avaliação do estado de hidratação. Porém, poucos estudos investigaram a albuminúria como forma de avaliar o estado de hidratação. A pasta de gelo, constitui uma nova opção de resfriamento interno corporal e hidratação, de fácil aplicabilidade no campo, para ser implementada em programas de exercícios físicos realizados no calor, tal como em exercício de combate a incêndio realizados por bombeiros militares, denominado de Exercício de Fogo Real (EFR). Objetivo: verificar a resposta de marcadores urinários que identificam o estado de hidratação em bombeiros submetidos ao consumo de pasta de gelo durante EFR. Materiais e métodos: uma amostra de 24 bombeiros militares, do sexo masculino e habituados ao EFR, foram divididos em dois grupos: um grupo de bombeiros (n = 12) com uso da pasta de gelo (grupo PAS) e, outros bombeiros (n = 12), sem uso da pasta de gelo (grupo CON). O PAS ingeriu 7,5 g.kg-1 de pasta de gelo de água, enquanto o CON ingeriu 7,5 mL.kg-1 de água natural, imediatamente antes do EFR. Amostras de urina foram coletadas antes (Pré) e após (Pós) cada grupo realizar um EFR, para determinação da GE e albuminúria, através de fitas reagentes de urinálise. Uma análise de variância 2 x 2 com medidas repetidas foi usada para comparação entre os grupos, acompanhada de um teste post hoc de Bonferroni. Um P < 0,05 foi adotado para diferenças significativas. Todas as análises foram realizadas com o software SigmaStat versão 14.0. Resultados: antes do EFR, a GE foi menor no PAS (1008,5 ± 6,9; P = 0,026) do que no CON (1016,8 ± 7,9). O mesmo foi observado para albuminúria no momento Pré EFR entre os grupos (Pré PAS, 1,6 ± 3,8 mg/dL vs Pré CON, 8,3 ± 3,8 mg/dL; P = 0,007). Houve aumento da GE no grupo PAS (Pré, 1008,5 ± 6,9 vs Pós, 1019,2 ± 4,4, P < 0,001), mas não no CON (Pré, 1016,8 ± 7,9 vs Pós, 1019,3 ± 6,2). Também foi verificado um aumento da albuminúria no PAS (Pré, 1,6 ± 3,8 mg/dL vs Pós, 7,5 ± 4,5 mg/dL, P = 0,034), mas não no CON (Pré, 8,3 ± 3,8 mg/dL vs Pós, 15,0 ± 9,0 mg/dL). Conclusão: a resposta da albuminúria foi similar a da GE em bombeiros submetidos ao consumo de pasta de gelo durante simulação de combate a incêndio. Sugere-se que a albuminúria também pode ser usada como marcador do estado de hidratação.