Resposta dos par metros miotonométricos aos efeitos da crioterapia aplicada no joelho: ensaio clínico randomizado crossover
Por Flávia Alves De Carvalho (Autor), Igor Papani David (Autor), Fernanda Pegorin Diniz (Autor), Julia Waszczuk Vendrame (Autor), Alex Gomes Alves Martins Junior (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
A crioterapia é muito utilizada no âmbito clínico para diminuição de dor e edema, porém seus efeitos sobre a função muscular da articulação do joelho e as repercussões dentro de uma sessão de tratamento ainda são incertos. Objetivo: Avaliar o efeito da crioterapia sobre o tônus, rigidez, elasticidade, tempo de relaxamento do estresse mecânico, creep e temperatura de quadríceps e a relação entre essas variáveis. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico aleatorizado cruzado com 80 indivíduos entre 18 e 28 anos, de ambos os sexos. Os voluntários compareceram ao laboratório em duas ocasiões para realizar a condição controle e placebo com intervalo de 48h em ordens aleatorizadas previamente. Inicialmente, o tônus (Hz), rigidez (N/m), elasticidade (logD), tempo de relaxamento do estresse mecânico (ms) e creep foram avaliados por meio de um equipamento não invasivo, MyotonPRO, e a temperatura superficial da pele foi avaliada por meio de uma câmera termográfica. Ambas as mensurações foram realizadas na região do reto femoral (colocar o ponto). A intervenção foi realizada por meio de aplicação de duas bolsas térmicas (na região anterior e posterior do joelho) com temperatura entre 0 e 5°C enquanto o placebo consistiu na aplicação das mesmas, porém em temperatura ambiente, ambas durante 20 minutos. Em seguida foram realizadas reavaliações no 5°, 10°, 15° e 20° minuto pós-intervenção. Os grupos foram comparados por meio de um Modelo Linear Misto (tempo x intervenção) com matriz de covariância AR(1), distribuição normal e pós testes de Bonferroni. Resultados: Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas nos parâmetros biomecânicos (tônus, rigidez, elasticidade, tempo de relaxamento e creep) entre os grupos avaliados. No entanto, foram encontradas correlações significativas entre a temperatura e os parâmetros musculares. O tônus muscular (r=-0.062, P<0.01), a rigidez (r=-0.068, P<0.01) e a elasticidade (r=-0.045, P<0.05) apresentaram correlação negativa fraca com a temperatura. Já o tempo de relaxamento muscular (r=0.07, P<0.01) e o creep (r=0.06, P<0.01) apresentaram correlação positiva fraca com a temperatura. Conclusão: A crioterapia não promoveu efeitos deletérios sobre parâmetros musculares, o que foi reforçado pela baixa correlação encontrada. Portanto, a técnica se mostra segura para a aplicação dentro de uma sessão de tratamento, uma vez que pode auxiliar na redução da dor sem prejuízos em outros parâmetros.