Resposta Ventilatória Durante a Prova de 400 Metros Livres: Associações com a Prestação
Por Octávio Meira (Autor), Victor Machado Reis (Autor), Antonio José Silva (Autor), André Luiz Carneiro (Autor), António Malvas Reis (Autor), Felipe Aidar (Autor).
Em Motricidade v. 4, n 1, 2008. Da página 57 a 67
Resumo
Os objectivos do presente estudo foram os seguintes: i) Descrever variáveis ventilatórias e metabólicas na prova de 400 metros crol; ii) Determinar a contribuição relativa do metabolismo aeróbio e anaeróbio no decorrer da prova; iii) Determinar a relação entre a prestação em 400m crol e as variáveis ventilatórias e metabólicas. A amostra foi constituída por 8 nadadores, do sexo masculino, média = 17.7±2.3 anos, portugueses de nível competitivo nacional e com uma prática regular de natação. Cada elemento realizou as provas de esforço aleatoriamente (uma submáxima e a outra supramáxima com um intervalo de tempo, entre 48 horas) em uma piscina coberta, com 25m de comprimento e 10m de largura e, temperatura ambiente entre os 26-29 graus centígrados. Em ambas as provas o ar expirado foi analisado por um sistema de gases e registado os valores de VO2 em intervalos de 20 s. Antes de cada prova, os nadadores realizaram os aquecimentos com duração entre 10 a 15 min. A submáxima foi constituída por 5 patamares de 6 min de duração, alternados com um tempo de recuperação. A velocidade inicial foi entre 3 e 4m.s-1 e os patamares subsequentes, receberam acréscimos de 0.5m.s-1 sendo assegurada uma velocidade constante através de umpacer, colocado no fundo da piscina. Foram colhidas amostras de sangue capilar no final de cada patamar de esforço. Na supramáxima, cada nadador nadou 400m exigindo-se um esforço máximo na prova. Após a prova, foi medido o lactato sanguíneo, em intervalos de 2 minutos, até se verificar diminuição nos valores observados. Não se verificou nenhuma correlação significativa entre a velocidade média na prova supramáxima e as variáveis ventilatórias e metabólicas medidas nesta prova. Todavia, encontrámos a interferência de factores antropométricos na prestação em natação, nomeadamente a massa gorda (r=0.78; p≤0.05). Para velocidades até ≈1.3 m.s-1, o metabolismo aeróbio assegurou a maior parte da produção energética. E ainda, os nadadores que apresentaram maior défice de oxigénio acumulado apresentaram menores valores da velocidade associada ao limiar láctico.