Resumo

A caminhada é a forma de exercício físico mais popular entre idosos, e sua prática pode retardar os efeitos do envelhecimento. Recentemente, tem sido proposto modelo alternativo, conhecido como caminhada intervalada (CI), a qual proporciona melhora na aptidão física e em parâmetros de saúde. No entanto, nenhum estudo analisou seu impacto em ajustes hemodinâmicos e autonômicos em idosos, o que poderia contribuir para melhor prescrição da CI. Objetivo: Mensurar as respostas agudas em uma sessão de CC ou CI em idosas, e compará-las segundo nível de atividade física. Métodos: Trinta e cinco idosas, entre 60 e 75 anos compuseram a amostra. Na primeira sessão foi realizado teste incremental para determinação da velocidade máxima de caminhada (VMC). De modo subsequente, as participantes foram aleatorizadas para os protocolos de CI (5 x 3min@95%VMC:3min@55%VMC) ou CC (30 minutos a 75% da VMC). Frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), consumo de oxigênio (V̇O2), glicose, lactato sanguíneo (LAC) e percepção subjetiva de esforço (PSE) foram coletados nos momentos pré, durante e após as sessões. A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e reatividade simpatovagal foi registrada antes e após as sessões de esforço em posição supina e ortostática. Resultados: Em comparação à CC, a CI proporcionou maior V̇O2PICO (p = 0,002) e FCPICO (p = 0,004). Para lactato, houve interação e o aumento estatisticamente significante do momento pré- para o momento pós-caminhada ocorreu apenas na CI (p = 0,003). Observou-se efeito do momento (pré vs. pós) para PAS (F = 31,19; p<0,001), PAD (F = 6,69; p = 0,012) e glicose (F = 46,92; p <0,001) e intervalos R-R medidos nos momentos pré- e pós-caminhada. Foi identificada interação momento vs. modo de caminhada no RMSSD (raiz quadrada média das diferenças sucessivas entre os ciclos normais, p=0,04), e no componente HF (componente de alta frequência, p= 0,04). A reatividade simpatovagal não foi afetada pelo tipo de caminhada. Conclusões: A ausência de diferença estatisticamente significativa na RSP mostra que os dois modos de caminhada podem ser seguros para idosas, considerando o ponto de vista autonômico e, embora ambos protocolos não tenham diferido significativamente quanto à percepção subjetiva de esforço, a caminhada intervalada induziu maior impacto metabólico e cardiorespiratório.

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