Resumo

A força muscular é um componente importante na qualidade de vida e na autonomia das pessoas, sobretudo com síndrome de Down (SD). Entretanto, há poucos estudos que verificam as consequências da perda de força muscular em indivíduos com SD. Assim, testes de força máxima para os membros superiores e inferiores podem ser uma ferramenta importante para avaliar o grau da força muscular na população com SD. Além disso, há uma lacuna sobre o comportamento dos parâmetros cardiovasculares desta população quando submetida a testes de esforços máximos usando isometria e no teste ergométrico. O objetivo desse estudo foi comparar o nível de força muscular em testes máximos de isometria em dois dinamômetros, um para membro inferior e outro para membro superior e verificar as respostas cardiovasculares agudas submetidos aos testes de força isométrica máxima e no teste ergométrico em adolescentes com SD e em seus pares sem-SD. Participaram do estudo 11 voluntários adolescentes com SD (M= 4; F= 7, idade 14,1± 0,6) e 10 sem SD (M= 4; F= 6, idade13,7±0,3). Os testes de contração voluntária isométrica máxima (CVIM) no dinamômetro de força de preensão palmar (FPP) e o Leg Press 45 (LP45) foi realizado com 3 tentativas de 5 segundos de contração isométrica e intervalo de 3 minutos. A frequência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA) foram mensurados em repouso, durante o teste e na recuperação aos 5 e 10 min. Para as comparações entre grupos foram utilizadas amostras independentes do teste t de Student. Adotou-se o Coeficiente de Correlação Interclasse (CCI) para confiabilidade relativa. A ANOVA com o Post Hoc de Turkey foi usado para a comparação entre e intra-grupos. Os resultados indicaram que os adolescentes com SD apresentaram menor FPP em relação aos seus pares sem SD, houve diferenças significativas entre os grupos no teste e reteste da FPP no valor de p=0.0004 e p<0,0001, respectivamente. Essa diferença de força muscular entre os grupos não foi significativa para o LP45. Quanto aos testes de CVIM para a FPP, foi verificada uma boa confiabilidade de 0,84 e 0,75 no grupo controle e no grupo SD, respectivamente. Em relação aos teste de LP45 observou-se que apenas no grupo SD houve uma excelente confiabilidade de 0,94 nos testes, o mesmo não foi verificado para o grupo controle (GC). Em relação às respostas cardiovasculares em situação de repouso, recuperação e durante a CVIM, houve diferença significativa apenas entre os momentos do teste e reteste para os valores PAS, FC e duplo produto (p<0,05). Já no teste ergométrico foi verificado que os parâmetros como o VO2 máximo, o débito cardíaco, frequência cardíaca máxima e o duplo produto apresentaram diferença significativa entre os grupos (p<0,05). Conclui-se que os adolescentes com SD apresentam menor força muscular envolvendo massas musculares quando comparados aos seus pares sem-SD. Além disso, foi verificado que os adolescentes com SD exibem respostas cardiovasculares reduzidas quando comparado ao GC, apesar de apresentarem nível de atividade física semelhante.

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