Resumo

As respostas afetivas são variáveis importantes do exercício resistido (ER) quando visamos uma melhor compreensão dos seus benefícios psicológicos e para uma melhor prescrição desse tipo de exercício, porém, pouco se é estudado com o público adolescente. O objetivo do presente estudo foi analisar e comparar respostas perceptuais e cardiovasculares ao ER agudo com diferentes intensidades em adolescentes. Treze adolescentes do sexo masculino com idade de 14 a 18 anos, pós púberes, sedentários foram submetidos a duas sessões agudas de ER: sessão 80% (S80%) e sessão auto selecionada (AS) (n=13; 15,07±1,11 anos; 24,36±5,12 kg.m-2). Foram realizados testes de 1RM em seis exercícios (supino vertical, puxada frente e elevação frontal no pulley, leg press horizontal, cadeira flexora e cadeira extensora). As sessões aconteceram de forma randomizada no laboratório de musculação e ocorreram com intervalo mínimo de 48 horas e máximo de 72 horas, a S80% tinha carga fixada a 80% de uma repetição máxima e a AS os participantes eram livres para ajuste de sua carga, os participantes foram cegados em relação as cargas de trabalho. As respostas afetivas (RA) da Feeling Scale e de percepção subjetiva de esforço (PSE) foram avaliadas durante a sessão de treinamento, a pressão arterial (PA) foi mensurada no repouso e na recuperação, a frequência cardíaca (FC) e a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) foram mesuradas no repouso, nos 10 minutos finais das sessões e em toda recuperação. Para análise estatística foi usado o teste t de Student e ANOVA de medidas repetidas, com post hoc de Bonferroni, considerando um nível de significância de 5%. Não foram observadas diferenças nas RA entre as sessões, a S80% apresentou maiores valores da PSE para maioria dos exercícios (p<0,05) e maiores cargas no treino (S80%: 55,09±11,99kg vs. AS: 39,97±10,71kg, p<0,001), a PA e FC não apresentaram diferenças entre as sessões, os marcadores parassimpáticos (rMSSD, SD1, HF) se mostram superiores na sessão AS (p<0,05) e o componente simpático (LF) se mostrou superior na S80% no momento da recuperação . Conclui-se que, as RA ao ER independem da intensidade, S80% apresentou maiores cargas e PSE em cinco dos seis exercícios realizados. A AS apresenta menor sobrecarga cardiovascular que a sessão S80%. A auto seleção da intensidade pode ser tornar uma estratégia para o treinamento de adolescentes.

O trabalho não possui divulgação autorizada
 

Acessar