Resumo

: Respostas da dor muscular ao treinamento aeróbio de baixa intensidade associado à restrição de fluxo sanguíneo em ciclistas treinados

Autores: Fabiano A. Pinheiro, Flávio Pires, Valmor Tricoli

Introdução: O treinamento aeróbio de baixa intensidade associado à restrição de fluxo sanguíneo (TA+RFS) é uma estratégia de treino capaz de potencializar, simultaneamente, as adaptações aeróbias e neuromusculares em diferentes populações. Entretanto, a sensação de dor e desconforto muscular ocasionada pela RFS pode ser uma barreira à sua utilização. Assim, é importante conhecer as alterações perceptivas à dor ao longo de um período de treinamento.

Objetivo: determinar se o TA+RFS de longo prazo induz respostas adaptativas à dor em ciclistas treinados.

Método: Nove ciclistas homens treinados (31,6 ± 7,6 anos de idade, e 361,2 ± 32,1 W de potência máxima [Wmáx]) realizaram 9 semanas de TA+RFS (18 sessões, 2 x/semana) divididos em três fases. Cada fase foi composta por três semanas, que se diferenciavam pelo aumento no volume treino, como: 1ª fase: 12 min [1 série de 4 x 3 min]; 2ª fase: 18 min [2 séries de 3 x 3 min] e, 3ª fase: 24 min [2 séries de 4 x 3 min]). A intensidade permaneceu constante (30% Wmáx). Cada repetição foi composta por 2 min pedalando (80-100 rpm) por 1 min de descanso passivo. Durante o exercício os ciclistas usaram um manguito de pressão arterial (17,5 cm de largura por 92 cm de comprimento, Missouri, São Paulo, Brasil) na parte proximal de ambas as coxas, inflados à 80% da pressão total de oclusão de repouso (131,4 ± 12 mmHg), liberada entre os intervalos (5 min) das séries durante a 2ª e 3ª fases. A cada três semanas foi realizado um teste incremental máximo para mensurar a Wmáx, a fim de realizar possíveis ajustes na potência de treino (30% Wmáx). A dor foi mensurada a cada minuto por meio de escala visual analógica de 10 pontos (0= ausência de dor; 10= dor máxima). A média dos valores de dor a cada fase do treino foi calculada, antes da comparação por modelo linear generalizado (fases 1 vs fase 2 vs fase 3; p<0,05).

Resultados: A dor durante a 1ª fase de treino foi maior (6,5 ± 2,1) quando comparada às 2ª e 3ª fases (4,7 ± 2,5 e 4,2 ± 2,8, respetivamente) (p<0,05), porém, sem e diferença entre às 2ª e 3ª fases de treno (p>0,05) (figura 1).