Resumo

Estudos têm evidenciado que diferentes metodologias de treinamento em exercício resistidos geram respostas de dano muscular também diferenciadas. As demonstrações científicas procuram identificar qual a resposta produzida por um treino de baixa intensidade e por um treino de alta intensidade nos marcadores bioquímicos sinalizadores de lesão. Para a mensuração indireta das respostas agudas fisiológicas, oriundas de treinamento, destaca-se a creatina kinase (CK). OBJETIVO: Identificar o efeito de diferentes métodos de treinamento resistido no dano muscular. MÉTODOS: Dez homens (23,5 ± 2,79 anos de idade; 174,4 ± 6,22 cm de altura; 78,4 ± 9,1 kg de massa corporal; 25,74 ± 1,54 kg/m2 de IMC) com dois anos de experiência, em treino de força, foram randomizados em dois grupos: (G1) realizaram treino de alta intensidade a 75% de 1RM com isometria (AII) e sem isometria (AISI) de dois segundos no final de cada fase excêntrica; (G2) realizaram treino de baixa intensidade a 40% de 1RM com isometria (BII) e sem isometria (BISI) de dois segundos no final de cada fase excêntrica. Cada grupo realizou duas sessões de treinamento com o seu tempo de cadência distinto, com um intervalo de uma semana entre as intervenções experimentais. Ao todo, foram prescritas cinco séries de agachamento livre com intervalo de dois minutos entre elas, onde as três primeiras séries os sujeitos realizavam as repetições sem provocar a falha concêntrica, cessando as repetições antecipadamente. Já nas duas últimas séries, os sujeitos foram instruídos e o tempo todo estimulados a chegarem à falha concêntrica. A CK sanguínea foi coletada 48h antes, 24h e 48h após cada intervenção. Realizou-se tratamento estatístico com teste ANOVA de medidas repetidas e análise multivariada com post hoc Bonferroni (p < 0,05). RESULTADOS: Identificou-se que houve maior acúmulo de CK no método de alto volume (650,2 ± 12,5 U/L) quando comparado ao de alta intensidade (358,5 ± 75 U/L) para as primeiras 24h (F23,3 = 22,37; df = 1; ɳ2 = 0,61; β = 0,99; p = 0,0001). Ao comparar os quatro protocolos, notou-se maior acúmulo de CK no método BISI (769,6 ± 150,2 U/L) 24h pós-exercício e menor acúmulo no método AII (220,7 ± 21,2 U/L) nas 48h pós-exercício (F9,53 = 4,76; df = 2; ɳ 2 = 0,28; β = 0,74; p = 0,018). CONCLUSÃO: O método de treinamento resistido de baixa intensidade, especialmente sem isometria, gera maior dano muscular.

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