Respostas do treinamento funcional na pressão arterial e aptidão física de pessoas idosas hipertensas resistentes: um ensaio clínico randomizado
Por Jenifer Kelly Pinheiro (Autor), Bárbara Raquel Souza Santos (Autor), Marcos Antonio Araújo Bezerra (Autor), Rogério Brandão Wich (Autor).
Resumo
O processo de senescência é responsável por diversas modificações nos padrões fisiológicos e biológicos, psicológicos e sociais. Diante dessa realidade, é sabido que o envelhe-cimento está associado a fatores adversos como a diminuição do estado funcional e do surgi-mento de doenças cardiovasculares, como é o caso da hipertensão arterial sistêmica. Além dis-so, dentre os hipertensos, aproximadamente 10 a 20% dessa população é considerada hipertensa resistente. Esse grupo específico não responde adequadamente ao tratamento medicamentoso; portanto, a atividade física é indicada como terapia, tanto para o controle da pressão arterial quanto para a preservação do estado funcional. Objetivo: Avaliar o efeito do Treinamento Fun-cional (TF) na pressão arterial ambulatorial e aptidão física de pessoas idosas hipertensas resis-tentes. Métodos: O estudo trata-se um ensaio clínico randomizado e controlado que envolveu 15 idosos hipertensos resistentes da cidade de Juazeiro do Norte-CE. A amostra foi dividida em dois grupos: o grupo controle (GC), composto por sete participantes que não realizaram qual-quer tipo de treinamento físico; e o grupo experimental (GE), composto por oito participantes que receberam uma intervenção de treinamento físico durante 24 sessões. Foram analisados antes e após um programa de TF a pressão arterial ambulatorial, através da MAPA de 24 horas, a aptidão física, por meio do Senior Fitness Test. Para comparação dos grupos foi realizada ANOVA de dois fatores, adotando um alfa de 0,05, utilizando o Post hoc de Bonferroni quando necessário. Para verificar o tamanho do efeito da intervenção utilizou-se o Eta Squared. Resul-tados: A média de idade dos participantes da pesquisa foi de 70,1 ± 6,3 anos. O TF promoveu redução significativa na pressão ambulatorial sistólica, tanto na média de 24h (p = 0,048) como nos períodos diurno (p = 0,033) e noturno (p = 0,002). Além disso, o TF promoveu um aumento do índice de aptidão física (p < 0,001), com aumento da força/resistência de membros inferio-res (p < 0,001) e superiores (p = 0,006), mobilidade física (p = 0,005) e resistência aeróbica (p = 0,002). Não foi verificado influência do TF na flexibilidade de membros superiores e inferiores. Conclusão: O TF promoveu diminuição da pressão arterial sistólica e aumento da aptidão física de pessoas idosas hipertensas resistentes.