Resumo

Tem sido proposto nos últimos anos um modelo de treinamento resistido que utiliza cargas menores (aproximadamente 20% 1RM), denominado de treinamento resistido com restrição de fluxo sanguíneo (RFS). A RFS caracteriza-se por uma restrição do aporte sanguíneo no músculo em atividade por meio de um manguito de pressão inflado ou uma cinta específica restritiva, promovendo uma redução ou até bloqueio do fluxo de sangue venoso e redução da turbulência do fluxo sanguíneo arterial. OBJETIVO: comparar as respostas hemodinâmicas durante o exercício resistido (ER) com restrição do fluxo sanguíneo (RFS) comparado com o exercício resistido de alta intensidade em mulheres idosas e hipertensas. MÉTODOS: Dezoito mulheres hipertensas (67 ± 1,7anos) realizaram três sessões randomizadas: 1) 3 séries; 10 repetições; 20% de 1RM com RFS; 2) 3 séries; 10 repetições; 65% 1RM sem RFS; 3) RFS sem exercício. As sessões de exercícios foram realizadas no aparelho de extensão de joelhos. RESULTADOS: A pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), frequência cardíaca (FC), volume sistólico (VS) e débito cardíaco (DC) foram significativamente maior (P ˂ 0,05) em todas as séries das sessões de exercício quando comparada ao controle. Não foi verificada diferença significativa entre as sessões de exercício. Entretanto, a PAS, a PAD e a resistência vascular periférica foram maiores (P ˂ 0,05), e o VS e o DC foram menores (P ˂ 0,05) durante os intervalos de repouso nas sessões com RFS. A percepção de esforço foi significativamente maior (P ˂ 0.01) na 1ª (4,8 ± 0,4 x 3,1 ± 0,3), na 2ª (7,3 ± 0,4 x 5,7 ± 0,3) e na 3ª sessão (8,6 ± 0,4 x 7,5 ± 0,4) na sessão do exercício tradicional de alta intensidade quando comparado com a sessão de exercício com RFS. O lactato sanguíneo foi maior (P ˂ 0,05) na sessão do exercício tradicional de alta intensidade (6,2 ± 0,7 mmol) quando comparado com a sessão de exercício com RFS (4,5 ± 0,4 mmol). CONCLUSÃO: Em comparação com o exercício de alta intensidade, o de baixa intensidade com RFS pode levar a: (i) mesmos valores hemodinâmicos durante o exercício; (ii) menores valores de percepção subjetiva do esforço; (iii) lactato sanguíneo mais baixo; (iv) maior demanda hemodinâmica durante os intervalos de repouso.

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