Respostas inflamatórias e metabólicas de diferentes treinamentos de resistência em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica
Por Bruna Spolador de Alencar Silva (Autor), Fábio Santos Lira (Autor), Dionei Ramos (Autor), Juliana Souza Uzeloto (Autor).
Em VII Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A prática regular de exercícios promove melhora da força muscular e dispneia em pacientes com DPOC, no entanto, os efeitos do treinamento sobre distúrbios inflamatórios e metabólicos não estão claros. OBJETIVO: Comparar os efeitos do treinamento de resistência utilizando aparelhos de musculação e resistência elástica (bandas e tubos) nas respostas inflamatórias e metabólicas de pacientes com DPOC. MÉTODOS: Quarente e oito pacientes (31 homens) com DPOC foram distribuídos aleatoriamente em três grupos: treinamento com bandas elásticas (GBE), com tubos elásticos (GTE) e com equipamentos de musculação (GM). GBE e GTE foram analisados em conjunto (grupo elástico (GE)). Os treinamentos foram realizados três vezes por semana durante 12 semanas, a carga baseada em repetições máximas (RM) (1ª semana: 2 x 15 RM; 12ª semana: 3 x 15 RM) com progressão de acordo com a percepção individual de esforço, em ambos. Os participantes foram avaliados quanto à função pulmonar (espirometria), força muscular periférica (dinamometria digital), perfil inflamatório (IL-6, TNF-α, IL-10, IL-15 (imunoensaio)) e metabólico (glicose, triacilglicerol, colesterol total, HDL-c e albumina (colorimétrico enzimático)). Foram coletadas amostras sanguíneas para avaliar as respostas agudas e crônicas após 12 semanas de protocolo de treinamento. Para análise dos dados foi utilizado análise de variância de medidas repetidas (ANOVA) misto com post-hoc de Bonferroni. RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 69,35 ± 8,97 anos para GE e 64,88 ± 11,17 anos para GM (p = 0,13), volume expiratório forçado no primeiro segundo de 50,69 ± 16,67% do predito para GE e 45,40 ± 15,15% para GM (p = 0,28). Ambos os treinamentos promoveram aumento da força muscular (p < 0,05) sem diferenças entre os grupos. A resposta aguda a uma sessão exercício realizada após 12 semanas de treinamento demonstrou melhora do comportamento inflamatório quando comparado à sessão inicial, sem diferenças entre os grupos (p > 0,05). Quanto aos efeitos crônicos, observou-se diminuição da concentração de todas as citocinas, exceto IL-10 (p < 0,05). Houve redução na concentração de glicose (p < 0,01), sem diferenças entre os grupos (p = 0,30) e diminuição do triacilglicerol para GE (p < 0,01). CONCLUSÃO: De forma aguda, uma sessão de exercício realizada após 12 semanas de treinamento demonstrou melhora do comportamento inflamatório quando comparado à sessão inicial. Cronicamente, ambos os grupos apresentaram efeitos anti-inflamatorios.