Resumo

É sabido que os efeitos do exercício físico são sexo-dependente. As diferenças são explicadas, principalmente, pelas características fisiológicas e morfofuncionais. Entretanto, pouco se sabe sobre essas respostas em pessoas idosas. OBJETIVOS: O objetivo do presente trabalho foi avaliar as respostas sexualmente dimórficas após 12 semanas de treinamento multicomponente em homens e mulheres octogenários. MÉTODOS: A amostra foi composta por 43 pessoas idosas, sendo 22 homens, com idade de 83,2±2,5 anos, massa corporal de 59,1±9,0kg e estatura de 158±2,8cm e 21 mulheres, com idade de 83,2±2,5 anos, massa corporal de 59,1±9,0kg e estatura de 158±2,8cm. A capacidade funcional foi avaliada pelo Sênior Fitness Test. Os participantes foram submetidos a sessões de Treinamento Multicomponente, com 50 min de duração, divididos em 10 min de aquecimento inicial e final, 30 min de treinamento multicomponente [10 min de exercício aeróbio (65% a 85% da FCmáx) - 07 exercícios de treinamento resistido, 2x10 a 15 repetições, 70% 1RM - 30s de repouso) - 03 exercícios de equilíbrio e mobilidade]. As avaliações foram no início (T0) e após 12 semanas de intervenção (T1). Todos os indivíduos participaram voluntariamente do experimento e assinaram termo de consentimento. A normalidade da amostra foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. Os dados são expressos em Média ± DP. A comparação entre os grupos foi realizada pelo teste two-way ANOVA com correção de Tukey. Em todos os casos, o nível de significância adotado foi de p<0,05. RESULTADOS: Ao término das 12 semanas, o treinamento multicomponente mostrou efeito estatisticamente significante para tempo (p<0.0001) e não para sexo (p=0.1685), sem interação (p=0.4922) para a força e potência de MMII. Para potência muscular MMSS, o tempo foi efeito estatisticamente significante (p<0.0001) mas não para sexo (p=0.8039), sem interação (p=0.3520). Apenas o tempo (p=0.0179) e não o sexo (p=0.0223), foi estatisticamente significante para a flexibilidade MMII, sem diferenças para MMSS. Já na Agilidade e Equilíbrio Dinâmico mostraram efeitos significantes apenas para tempo (p=0.0007) e não para sexo (p=0.225), sem interação (p=0.2572). O mesmo ocorreu na Capacidade Cardiorrespiratória, com efeitos significantes para tempo (p<0.0001) e não para sexo (p=0.0076). CONCLUSÃO: Isso sugere que, nessas condições, para octogenários, os exercícios multicomponentes não apresentaram diferenças sexualmente dimórficas nas respostas.

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