Resumo
Este estudo afirma-se pelo meu compromisso político-pedagógico com a Educação de Jovens e Adultos(EJA) como educação popular para os educandos da classe trabalhadora. Os sujeitos da EJA como sujeitos dessa classe buscam na modalidade uma forma de reparação, equalização e formação permanente. A heterogeneidade dos educandos e das educandas marcam presença nessa modalidade de ensino, sendo uma das características mais perceptíveis sob diferentes pontos de vista. Os educandos/as da EJA atribuem sentidos e significados diferenciados as aprendizagens e práticas. Neste sentido, o processo educativo nesta modalidade de ensino não é meramente uma transmissão de conteúdos passivos e desarticulados da realidade, o educador precisa de uma aproximação com o educando, com uma escuta sensível e sincera, conhecendo sua realidade, compreendendo as situaçõeslimite que os envolve e o contexto, para então, pensar numa proposta pedagógica que leve aos inéditos viáveis. Desde que a Educação Física se tornou obrigatória na EJA, muitas mudanças ocorreram, porém, ainda temos duas lutas a travar: a primeira, aquela da defesa da modalidade como um direito universal, e a segunda, a preocupação da efetivação do componente curricular Educação Física adequado às características do público. Este estudo apresenta uma proposta pedagógica ressignificada, baseada nas minhas experiências com temas geradores, alicerçados em minha historicidade como sujeito-professor-pesquisador. Fundamentado qualitativamente no âmbito da pesquisa-ensino, é sustentado por uma pesquisa bibliográfica a partir da análise de referenciais teóricos para elaborar proposta à luz da contemporaneidade na Educação Física da EJA. Nela, contemplamos os diferentes sujeitos, suas identidades, diferenças, subjetividades, cultura e território. As experiências narradas ao longo deste estudo foram desenvolvidas com a EJA de duas realidades diferentes, e são: Capoeja – tematização da capoeira como prática corporal cultural; Práticas corporais dos povos indígenas: corpo – cultura – inclusão – cidadania; “Bola de meia, bola de gude” – há um passado no meu presente. Com esse estudo, reforço que é a ação transformadora e emancipatória por meio da práxis pedagógica cotidiana de estar no mundo com a possibilidade de — através do diálogo — potencializar práticas democráticas, plurais e adequadas à realidade dos sujeitos da EJA para pensar criticamente o mundo em que vivemos.