Resumo
O objetivo do presente estudo foi relacionar a detecção do sedentarismo como problema, a aderência à prática de atividades físicas e o desenvolvimento da aptidão física por meio das aulas de Educação Física. Participaram da pesquisa, 2 grupos (G1 e G2) compostos por cerca de 40 jovens com aproximadamente 17 anos de idade, matriculados na 3ª série do ensino médio. Os integrantes do G1 e do G2 participaram de aulas sobre conteúdos da aptidão física, por meio da metodologia baseada na resolução de problemas. No entanto, para os integrantes do G1, as aulas foram predominantemente teóricas e para o G2 as aulas foram predominantemente práticas. As sequências didáticas tiveram a duração de 20 aulas, totalizando um bimestre, sendo duas aulas semanais. Os participantes de ambos os grupos foram submetidos à bateria de testes de aptidão física da PROESP-BR, ao International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), e ao questionário de avaliação de aprendizagens sobre prática de exercícios físicos e saúde (AA), antes e após a intervenção de ensino. A análise dos dados foi realizada por meio do corte quantitativo, utilizando as diretrizes da estatística descritiva para mensuração dos resultados. As intervenções aplicadas no G1 e no G2 promoveram percepções conceituais diferentes entre os grupos. 72,73% do G1 e 83,87% do G2 classificou a importância da prática de atividade física como muito importante após a intervenção. 100% do G1 e 82,86% do G2 reconheceu o sedentarismo como problema e o relacionou a problemas de saúde como a obesidade. A quantidade de participantes muito ativos aumentou 21,21% no G1 e não sofreu alterações no G2 (31,43%). Houve diferença significante (p<0,05) entre momentos (pré vs pós) no G1, na flexibilidade e força abdominal, e efeito pequeno para a flexibilidade, velocidade e força abdominal. No G2 observou-se diferença significante e efeito pequeno para flexibilidade, resistência e velocidade. Além disso foi encontrada diferença significante e efeito pequeno em força abdominal na comparação intergrupos. A mediana e os quartis (1º e 3º) dos resultados das variáveis da aptidão física aumentaram para flexibilidade (G1 e G2), resistência (G1), força em membros inferiores (G1 e G2), agilidade (G1), velocidade (G1 e G2), força abdominal (G1) e percentual de gordura (G2). A intervenção de predominância teórica, aplicada com os escolares do G1, foi possivelmente mais eficiente sobre a melhoria da força abdominal. Concluiu-se que as intervenções favoreceram a aquisição de aprendizagens predominantemente conceituais através das aulas teóricas e procedimentais através das aulas práticas. As propostas para a solução do sedentarismo como problema estiveram pautadas na disseminação da importância da prática de atividades físicas e foram mais diversificadas no G2. As duas intervenções didáticas promoveram alteração no nível de atividade física, mas o efeito foi maior nos escolares do G1. O nível de aptidão física foi maior após as intervenções no G1 e no G2. Compreender os conteúdos da aptidão física e entender o sedentarismo como problema coletivo e individual favoreceram o aumento da prática de atividades físicas e, talvez, do nível da aptidão física.