Resumo

O artigo analisa a função educativa dos jornais do período de 1825 a 1832, problematizando as estratégias de escrita dos seus redatores. Dialoga com autores do campo da História da Leitura e da História da Cultura Escrita, utilizando como fontes, quatro periódicos liberais de grande circulação, impressos na província de Minas Gerais, e dois compêndios de retórica impressos em Portugal no século XVIII. Identifica os elementos da Retórica como fórmula para construir os argumentos em defesa da monarquia constitucional e combate ao absolutismo. São analisadas três estratégias comuns utilizadas pelos redatores para persuadir os leitores e influenciar a opinião pública: a produção da polêmica pela polarização política simplificada; a instituição do medo e do risco iminente do Brasil retornar ao status de colônia portuguesa; e a ridicularização dos opositores políticos por meio da ironia e do deboche. Essas estratégias demonstram a influência de elementos da oralidade na escrita dos jornais, condicionada pela ambiência intelectual e política dos redatores, e pela necessidade de atingir a ampla população não leitora do período.

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