Resumo

O Brasil vem passando por um processo de transição nutricional na infância e adolescência, marcado pelo aumento das prevalências de obesidade e declínio do baixo peso. Objetivo: Sistematizar achados referentes à prevalência, riscos à saúde e fatores sociodemográficos determinantes dos extremos antropométricos em crianças e adolescentes. Materiais e métodos: Pesquisaram-se trabalhos em bases de dados de acordo com a seguinte estratégia de busca: (“obesidade” OR “desnutrição” OR “adiposidade” OR “índice de massa corporal” OR “pregas cutâneas”) AND (“doenças cardiovasculares” OR “doença crônica” OR “fatores de risco” OR “grupos de risco” OR “mortalidade” OR “fatores socioeconômicos” OR “classe social” OR “condições sociais”), com filtro para a faixa etária pediátrica. Resultados: Foram analisados 39 artigos. No que se refere à obesidade/excesso de adiposidade, os resultados indicaram elevadas prevalências, variando de 13,3% a 40,7%. A obesidade/excesso de adiposidade associou-se com hipertensão, hiperglicemia, dislipidemia e síndrome metabólica. Para o baixo peso/baixa reserva de adiposidade, observou-se variação de 2,1% a 14,9% nas prevalências. Esta condição mostrou-se associada à anemia ferropriva, hipertensão, doença falciforme, hipovitaminose A, problemas de saúde mental, déficit motor, déficit cognitivo e mortalidade precoce. Fatores sociodemográficos foram determinantes dos extremos antropométricos. Conclusões: Observou-se coexistência de elevadas prevalências de obesidade/excesso de adiposidade e prevalências ainda preocupantes de baixo peso/baixa reserva de adiposidade entre crianças e adolescentes. Houve forte associação entre extremos antropométricos e fatores de risco à saúde. Fatores sociodemográficos foram determinantes de ambas as condições e precisam ser considerados em programas que visem o enfrentamento dos extremos antropométricos na infância e adolescência.

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