Risco cardiovascular e sua relação com indicadores bioquímicos, cognitivos e de marcha em idosas saudáveis
Por Tamires Vicente Silva (Autor), Lucas Pelegrini Nogueira de Carvalho (Autor), Marina Grigoli Mantelatto (Autor), Beatriz Dalarme Tanganini (Autor), Luis Alberto Gobbo (Autor), Márcia Regina Cominett (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O processo de envelhecimento traz consigo alterações na cognição e marcha da pessoa idosa. Além disso, sabe-se que existe influência do desempenho cognitivo tanto no padrão, quanto na velocidade de marcha no processo do envelhecimento. Estudos sugerem que o risco cardiovascular está associado a alterações cognitivas em pessoas idosas. OBJETIVO: Analisar a relação entre o desempenho cognitivo, velocidade de marcha e parâmetros bioquímicos em pessoas idosas saudáveis com e sem risco cardiovascular. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, observacional e analítico. As participantes (n=60) foram mulheres idosas divididas em dois grupos: com (n=17) e sem risco cardiovascular (n=43). As participantes tiveram seu sangue coletado para as análises bioquímicas (glicose, colesterol total, HDL, LDL e Triglicérides) e passaram por avaliação cognitiva (cognição global, memória e atenção) e de humor (sintomas depressivos e de ansiedade). O critério para o risco cardiovascular foi utilizado o valor >3,5 na razão triglicérides/LDL. Foram realizadas análises de comparação de média, correlação e regressão logística com um nível de significância de p<0,05. RESULTADOS: A média de idade das participantes foi 65,8 anos (±4). O grupo com risco cardiovascular apresentou maior nível de glicose (t=-2,47; p=0,017), LDL (t=-2,08; p=0,042) e triglicérides (t=-8,33; p<0,001). Este grupo apresentou, também, menor nível de HDL (t=5.24; p<0,001) e pior desempenho cognitivo global, conforme pontuação no Mini-Exame do Estado Mental (MEEM, t=2,17; p=0,034). Houve correlação positiva entre o risco cardiovascular e os níveis de glicose (r=0,308; p=0,017), LDL (r=0,263; p=0,042), triglicérides (r=0,738; p<0,001) e negativa com HDL (r=-0,566; p<0,001), bem como com o desempenho cognitivo (r=-0,274; p=0,034). Os sintomas depressivos tiveram correlação positiva com os sintomas de ansiedade (r=0,692; p<0,001), e negativa com a velocidade de marcha (r=-0,261; p=0,044) e a atenção (r=-0,294; p=0,022) das participantes. Por fim, a análise de regressão logística demonstrou que o desempenho cognitivo foi um fator de risco associado ao risco cardiovascular (B=0,276; SE=0,136; OR=1,32; 95% IC [1,01 - 1,72]). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que idosas com risco cardiovascular possuem pior desempenho cognitivo global e uma piora na marcha.