Risco de relação cintura/estatura aumentada em adolescentes ativos que apresentam comportamento sedentário
Por Maiara Cristina Tadiotto (Autor), Patrícia Ribeiro Paes Corazza (Autor), Lilian Messias Sampaio Brito (Autor), Incare Correa de Jesus (Autor), Francisco Jose Menezes Junior (Autor), Derick Andrade Michel (Autor), Jorge Motta (Autor).
Em VII Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A relação cintura/estatura (RCEst) elevada está associada às complicações metabólicas por ser medida antropométrica que reflete adiposidade central, sendo recomendada na população infanto-juvenil por seu ajuste pela estatura. OBJETIVO: Verificar a relação do comportamento sedentário (CS) e atividade física (AF) para o risco de adiposidade central avaliada pela RCEst em adolescentes. MÉTODOS: Participaram 812 estudantes, de 10 a 17 anos, de ambos os sexos, selecionados por amostragem intencional, a partir do convite aos alunos do turno vespertino de uma escola pública. Mensuraram-se massa corporal, estatura, circunferência de cintura, tempo em CS por questionário e o nível de atividade física (NAF) por recordatório de gasto energético. Calculou-se a RCEst, considerando valores de corte para os meninos e meninas, respectivamente, 0,46 e 0,45 para sobrepeso e 0,48 e 0,47 para obesidade. O tempo em CS foi classificado como baixo (< 2 h/d) ou alto (> 2 h/d), em dias da semana e final de semana. O NAF foi calculado a partir do quociente diário entre dispêndio energético e taxa metabólica basal, classificado como leve (< 1,56), moderado (1,64) ou vigoroso (1,82). Utilizou-se o teste qui quadrado e a associação entre as variáveis pela regressão logística binária, considerando p < 0,05. RESULTADOS: Em relação a RCEst elevada, 31,5% dos escolares foram classificados com AF insuficiente e como alto CS em dias da semana (p < 0,0001) e em 40,5% no final de semana (p < 0,0001). Apenas 24,5% foram categorizados com melhor desfecho (AF suficiente e baixo CS) nos dias da semana e 16,5% no final de semana. Verificou associação entre a AF suficiente e alto CS em relação ao maior risco de obesidade central, revelando que escolares mais ativos e com maior CS tinham mais chances de apresentar RCEst elevada, considerando esta associação nos dias da semana (OR = 3,33; p < 0,0001) e no final de semana (OR = 4,16; p < 0,0001). Os estudantes classificados como AF insuficiente também tiveram risco de apresentarem RCEst elevada (p < 0,0001), porém, ao contrário do esperado, associado ao menor CS em dias da semana (OR = 2,87) e final de semana (OR = 2,82). CONCLUSÃO: Conclui-se que adolescentes ativos e com maior tempo em CS tem maiores chances de apresentar aumento de RCESt e, portanto, maior risco de adiposidade central, o que ressalta a importância de incentivar o aumento da AF associado à redução do CS.